Durante a chamada de resultados do terceiro trimestre da Meta, o CEO Mark Zuckerberg anunciou que a empresa está “trabalhando com o setor público para adotar o Llama em diferentes partes do governo dos EUA”. A declaração levanta questões cruciais sobre quais setores governamentais utilizarão os modelos de IA da Meta, para que fins e se haverá aplicações militares específicas. Além disso, surge a dúvida se essas parcerias envolvem compensação financeira.
Quando questionada, a porta-voz da Meta, Faith Eischen, revelou que a empresa está colaborando com o Departamento de Estado para explorar como o Llama pode enfrentar desafios como o acesso a água potável e eletricidade confiável, além de apoiar pequenos negócios. Eischen também mencionou interações com o Departamento de Educação para tornar o processo de ajuda financeira mais acessível para estudantes e afirmou que outras conversas estão em andamento. Ela destacou que não há pagamento envolvido nessas parcerias.
A movimentação da Meta ocorre em um contexto interessante. Donald Trump, candidato presidencial, ameaçou prender Zuckerberg, que tem tentado manter uma postura neutra em relação a política. Simultaneamente, outras empresas de IA, como OpenAI e Anthropic, têm colaborado com o governo dos EUA em iniciativas de segurança, enquanto o relacionamento da Google com o Pentágono é amplamente documentado. OpenAI, por exemplo, tem seus modelos utilizados por entidades como a DARPA e o Laboratório Nacional de Los Alamos.
Durante a mesma chamada, Zuckerberg provocou expectativas em torno do próximo modelo do Llama, mencionando que a versão quatro está sendo treinada em um dos maiores clusters já relatados e deve incluir “novas modalidades”, “melhor capacidade de raciocínio” e “performance muito mais rápida”, com lançamento previsto para o próximo ano. Ele também reconheceu que a Meta continuará investindo em IA em 2025, apesar de possíveis preocupações dos investidores, destacando o potencial dessas iniciativas.
A Meta reportou um crescimento contínuo, com receita de $40,5 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, e um lucro de $17,3 bilhões. A empresa também informou que 3,29 bilhões de pessoas utilizam pelo menos um de seus aplicativos diariamente, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.