Bing “imita” interface do Google para tentar atrair usuários

A Microsoft está empregando uma nova estratégia para incentivar o uso do Bing: ao buscar por Google no Bing sem estar conectado a uma conta da Microsoft, os resultados exibem uma página que se assemelha muito à interface do Google.

O que acontece ao pesquisar por Google no Bing?

Quando um usuário digita “Google” na barra de pesquisa do Bing, a página de resultados exibe:

  • Uma barra de pesquisa centralizada, similar à do Google.
  • Uma imagem semelhante a um Google Doodle.
  • Um pequeno texto abaixo da barra, no mesmo estilo da página inicial do Google.

Além disso, o Bing automaticamente rola a página para baixo, ocultando sua própria barra de pesquisa no topo, reforçando a ilusão.

Essa interface especial é aplicada apenas para a busca “Google”. Outras pesquisas retornam os resultados tradicionais do Bing.

Impacto nos usuários do Edge

Essa tática pode impactar muitos usuários que configuram um novo PC com Windows e utilizam o Microsoft Edge pela primeira vez. Como o navegador padrão incentiva o uso do Bing, é provável que usuários menos atentos ou familiarizados com a interface percebam o Bing como uma alternativa “similar” ao Google.

Microsoft e suas táticas persistentes

Essa estratégia faz parte de uma série de medidas agressivas que a Microsoft tem adotado nos últimos anos para aumentar a base de usuários do Bing e do Edge, incluindo:

  • Modificação de sites de download do Chrome para desestimular a instalação.
  • Pop-ups no Windows 11 incentivando o uso do Bing e do Edge.
  • Pesquisas em páginas de download questionando por que o usuário considera outro navegador.
  • Alertas semelhantes a malware, tentando evitar que usuários migrem para o Google Chrome.

Google também faz recomendações, mas com menor intensidade

Embora o Google também exiba notificações em seus sites para promover o Chrome, suas ações são consideradas menos invasivas em comparação com as táticas de sistema operacional e modificações de página que a Microsoft utiliza com este fim. O Google, no entanto, chamou a atenção do Brasil em 2023 por utilizar a página inicial de seu buscador para induzir a opinião dos usuários sobre ações de regulamentação discutidas pelo congresso brasileiro, mostrando que não existe santos no Vale do Silício.

Microsoft tenta forçar a migração para o Edge e causa mal-estar entre usuários

A Microsoft continua adotando táticas controversas para tentar atrair usuários do Chrome para o seu navegador Edge. Segundo um artigo do The Verge, uma nova atualização do Edge está configurada para iniciar automaticamente no sistema e oferecer a opção de importar abas e dados do Chrome, algo que já havia causado polêmica anteriormente.

Comportamento do Edge e novas táticas

Segundo relataram alguns usuários, houve casos recentes de abertura automática do Edge durante a inicialização do Windows, com uma mensagem padrão que prometia melhorar a “experiência de navegação” dos usuários. Essa sugestão, detalhava a mensagem, incluía a importação de dados do Chrome. Nessa mensagem, o botão de confirmação era destacado em azul, enquanto a opção de fechar o pop-up aparecia como um pequeno “X” branco, dificultando a rejeição.

Segundo a Microsoft, trata-se de uma notificação para oferecer aos usuários a “escolha” de importar seus dados. No entanto, críticas apontam que a prática pode ser vista como uma forma de enganar os usuários a migrar para o Edge.

Histórico de práticas polêmicas

Desde o lançamento da versão baseada em Chromium do Edge em 2020, a Microsoft tem adotado estratégias agressivas para impulsionar seu uso. Entre as práticas destacadas:

  • Atualização automática do Edge após atualizações do Windows.
  • Bloqueio de ferramentas como o EdgeDeflector, que permitia usar navegadores diferentes no Windows 11.
  • Barreiras para mudar o navegador padrão no sistema operacional.
  • Mensagens emergentes desencorajando o download do Chrome.
  • Respostas falsas geradas por IA no Bing para favorecer o Edge.

Essas ações têm gerado desconfiança por parte dos usuários, que veem as tentativas como intrusivas e potencialmente prejudiciais à experiência de navegação.

Impacto na confiança dos consumidores

A insistência da Microsoft em promover o Edge tem afetado a percepção dos usuários em relação ao navegador, ao Windows 11 e até mesmo às iniciativas da empresa em inteligência artificial. A controvérsia em torno do Recall, por exemplo, destacou como essas práticas podem prejudicar a imagem da empresa, especialmente no momento em que tenta integrar IA de forma mais ampla nos seus produtos.

Essas abordagens agressivas levantam questões sobre os limites éticos e de transparência nas estratégias de marketing tecnológico, particularmente em um mercado onde a escolha do consumidor deveria ser soberana.

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