Google rejeita compromisso com verificação de fatos exigida pela União Europeia

Após o anúncio de Mark Zuckerberg de que a Meta deixará de realizar verificações de fatos, o Google também sinalizou sua posição à União Europeia (UE): a gigante da tecnologia decidiu não aderir à nova legislação que exige sistemas de checagem de informações.

Diferente de outras empresas que podem estar ajustando suas políticas para ganhar apoio político, o caso do Google é distinto. A empresa nunca implementou ferramentas robustas de verificação de fatos em seus produtos de busca ou na plataforma YouTube. Assim, sua decisão não representa uma retirada de compromisso, mas sim uma recusa em avançar nessa direção.

A decisão foi formalizada em uma carta de Kent Walker, presidente de assuntos globais do Google, enviada a Renate Nikolay, comissária de conteúdo e tecnologia da Comissão Europeia. O documento, obtido pelo site Axios, expressa a recusa do Google em aderir ao Código de Práticas contra a Desinformação da UE.

Esse código exigiria que o Google desenvolvesse mecanismos de verificação de fatos tanto no algoritmo de busca quanto no YouTube. Embora a adesão fosse voluntária, plataformas como Meta, Google e até o Twitter (antes da aquisição por Elon Musk) já haviam se comprometido anteriormente. No entanto, segundo o The Verge, a European Fact-Checking Standards Network (EFCSN) constatou que muitas dessas empresas estavam descumprindo seus compromissos.

O código foi criado antes da implementação da Lei de Serviços Digitais (DSA) em 2022, uma regulamentação legalmente vinculativa. Agora, há expectativa sobre como elementos do código de desinformação poderão ser incorporados à DSA e como as grandes empresas de tecnologia reagirão.

Na carta, o Google afirmou que pretende se retirar de todos os compromissos de verificação de fatos previstos no código antes que ele se transforme em um Código de Conduta da DSA.

Bing “imita” interface do Google para tentar atrair usuários

A Microsoft está empregando uma nova estratégia para incentivar o uso do Bing: ao buscar por Google no Bing sem estar conectado a uma conta da Microsoft, os resultados exibem uma página que se assemelha muito à interface do Google.

O que acontece ao pesquisar por Google no Bing?

Quando um usuário digita “Google” na barra de pesquisa do Bing, a página de resultados exibe:

  • Uma barra de pesquisa centralizada, similar à do Google.
  • Uma imagem semelhante a um Google Doodle.
  • Um pequeno texto abaixo da barra, no mesmo estilo da página inicial do Google.

Além disso, o Bing automaticamente rola a página para baixo, ocultando sua própria barra de pesquisa no topo, reforçando a ilusão.

Essa interface especial é aplicada apenas para a busca “Google”. Outras pesquisas retornam os resultados tradicionais do Bing.

Impacto nos usuários do Edge

Essa tática pode impactar muitos usuários que configuram um novo PC com Windows e utilizam o Microsoft Edge pela primeira vez. Como o navegador padrão incentiva o uso do Bing, é provável que usuários menos atentos ou familiarizados com a interface percebam o Bing como uma alternativa “similar” ao Google.

Microsoft e suas táticas persistentes

Essa estratégia faz parte de uma série de medidas agressivas que a Microsoft tem adotado nos últimos anos para aumentar a base de usuários do Bing e do Edge, incluindo:

  • Modificação de sites de download do Chrome para desestimular a instalação.
  • Pop-ups no Windows 11 incentivando o uso do Bing e do Edge.
  • Pesquisas em páginas de download questionando por que o usuário considera outro navegador.
  • Alertas semelhantes a malware, tentando evitar que usuários migrem para o Google Chrome.

Google também faz recomendações, mas com menor intensidade

Embora o Google também exiba notificações em seus sites para promover o Chrome, suas ações são consideradas menos invasivas em comparação com as táticas de sistema operacional e modificações de página que a Microsoft utiliza com este fim. O Google, no entanto, chamou a atenção do Brasil em 2023 por utilizar a página inicial de seu buscador para induzir a opinião dos usuários sobre ações de regulamentação discutidas pelo congresso brasileiro, mostrando que não existe santos no Vale do Silício.

Mais de 30 extensões do Chrome foram comprometidas, afetando milhões de dispositivos

Enquanto muitos celebravam as festas de fim de ano, pesquisadores de segurança trabalhavam intensamente para investigar um ataque preocupante: 33 extensões de navegador no Chrome Web Store foram comprometidas, expondo dados sensíveis de aproximadamente 2,6 milhões de dispositivos.

O ataque: de spear phishing ao roubo de credenciais

A extensão de segurança Cyberhaven, usada por 400 mil dispositivos, foi atualizada com um código malicioso em 25 de dezembro de 2024. A versão maliciosa (24.10.4) ficou disponível por 31 horas, antes de ser substituída por uma atualização segura. A análise revelou que o código roubava cookies e credenciais, incluindo para domínios como facebook.com e chatgpt.com.

O comprometimento começou com um e-mail de spear phishing enviado aos desenvolvedores da extensão, alegando que ela violava os termos do Google. Um link no e-mail levou os desenvolvedores a conceder permissões ao invasor, permitindo a publicação da versão infectada diretamente no Chrome Web Store.

Outras extensões comprometidas

A Cyberhaven não foi a única afetada. Segundo John Tuckner, da Secure Annex, 19 extensões adicionais foram alvo de ataques semelhantes. No total, essas extensões tiveram 1,46 milhão de downloads, com o código malicioso sendo distribuído através de sites disfarçados. Algumas extensões comprometidas incluem:

  • VPNCity
  • Parrot Talks
  • Uvoice
  • Internxt VPN

Uma planilha detalhando os nomes, IDs e versões comprometidas pode ser encontrada aqui.

Comprometimentos em bibliotecas de código

Uma análise separada revelou que a extensão Reader Mode foi comprometida por meio de uma biblioteca de código usada para monetizar extensões. Essa biblioteca coletava dados sensíveis de navegação em troca de comissões pagas aos desenvolvedores. Ao todo, 13 extensões foram afetadas, incluindo:

  • Reader Mode (300 mil usuários)
  • Visual Effects for Google Meet (900 mil usuários)
  • Email Hunter (100 mil usuários)

Implicações e próximos passos

Os ataques destacam como extensões podem ser um elo fraco na segurança. Para mitigar riscos, especialistas recomendam:

  • Gerenciamento de ativos do navegador: Permitir apenas extensões confiáveis e especificar versões seguras.
  • Alteração de credenciais: Todos os usuários das extensões comprometidas devem considerar a troca de senhas.

Além disso, é essencial que organizações reavaliem suas posturas de segurança digital, priorizando o monitoramento de extensões, mesmo as consideradas confiáveis. Mais informações e indicadores de comprometimento podem ser encontrados neste link.

Proposta do Google tenta responder acusações de monopólio no mercado de buscas

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) apresentou recentemente uma lista de soluções para corrigir o comportamento anticompetitivo do Google e restabelecer a concorrência no mercado de motores de busca. As propostas incluíam medidas drásticas, como a venda do navegador Chrome, do sistema operacional Android e da loja Google Play. Na última sexta-feira, o Google respondeu com sua própria lista de sugestões, que foca em ajustes contratuais e financeiros.

As soluções propostas pelo Google

Ao invés de desmembrar seus produtos, como sugerido pelo DOJ, o Google propôs alternativas que abordam:

  • Pagamentos a empresas como Apple e Mozilla: esses pagamentos garantem o posicionamento prioritário de seus serviços nas plataformas dessas empresas.
  • Acordos de licenciamento com fabricantes de dispositivos Android: o Google se compromete a dissociar licenças de apps populares, como Chrome e Google Assistente, do licenciamento da Play Store.
  • Contratos com operadoras de telefonia móvel: a empresa sugere limitar a exclusividade de seus aplicativos pré-instalados.

Por um período de três anos, o Google planeja impedir que novos contratos vinculem licenças do Chrome, do buscador ou da Play Store à pré-instalação de outros aplicativos, como o Google Assistente ou a nova IA generativa Gemini.

Além disso, a empresa propõe que seja permitido pagar por posição de destaque em navegadores, mas que tais acordos sejam revisados anualmente e permitam múltiplos contratos em diferentes plataformas ou modos de navegação.

A posição do Google e os próximos passos

Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de regulamentação do Google, afirmou no blog oficial da empresa que “esta decisão foi sobre nossos contratos de distribuição de busca, então nossas propostas de remediação são direcionadas a isso”. A companhia também planeja apelar da decisão do juiz Amit Mehta, que classificou o Google como monopolista e acusou a empresa de manter essa posição de forma intencional.

O Google se comprometeu a enviar uma proposta revisada até o dia 7 de março de 2025, antes do início do julgamento sobre o caso, previsto para abril.

O impacto no mercado de buscas

A decisão de manter pagamentos por posicionamento padrão e a flexibilidade para novos acordos pode ajudar o Google a sustentar sua influência, mas também reflete uma tentativa de evitar medidas mais severas, como a partilha de dados de busca com concorrentes, uma sugestão também incluída na lista do DOJ.

Se a proposta do Google será aceita, ainda é incerto. A audiência de abril pode definir novos rumos para o setor de tecnologia e a regulação de grandes empresas no mercado global.

Google apresenta Gemini 2.0, sua atualização em inteligência artificial generativa

O Google lançou no início desta semana a sua mais recente atualização no campo da inteligência artificial generativa, o Gemini 2.0, que chega com a promessa de avanços significativos na multimodalidade, permitindo a interpretação e uso de dados em diferentes formatos, como texto, imagens e vídeos.

Sundar Pichai, CEO do Google, destacou a ampliação dos recursos do modelo, que agora inclui a geração nativa de imagens e áudios e a integração de ferramentas voltadas para criar agentes de IA mais sofisticados. “Nosso objetivo está mais próximo: um assistente universal que transforme como interagimos com a tecnologia”, afirmou em comunicado.

O Gemini 2.0 está disponível para desenvolvedores e parceiros selecionados, e sua integração aos produtos do Google, como a Busca, é esperada nos próximos meses.

Principais recursos do Gemini 2.0

Gemini 2.0 Flash

Uma versão experimental do modelo que permite aos usuários criar e editar imagens ou gerar textos em estilos variados. É uma solução voltada para usuários que necessitam de flexibilidade criativa com eficiência.

Projeto Astra

Descrito como um protótipo de pesquisa para um possível “assistente universal de IA”, o Projeto Astra combina imagens, vídeos e voz em uma linha do tempo de eventos. A integração com o Gemini 2.0 promete conversas mais naturais e recuperação de informações eficiente.

Projeto Mariner

Este produto é projetado para compreender e processar informações diretamente da tela do navegador. A proposta é transformá-las em instruções capazes de treinar modelos de IA que auxiliam em tarefas personalizadas.

Projeto Jules

Voltado para desenvolvedores, o Jules é um agente de código experimental que utiliza IA para resolver problemas de programação, incluindo a identificação e solução de bugs e desafios complexos de codificação.

Deep Research

Uma das grandes novidades é a capacidade de realizar pesquisas aprofundadas sobre tópicos complexos. O Deep Research utiliza IA avançada para explorar conteúdos extensos, gerando relatórios detalhados com análises abrangentes.

Futuro da integração com produtos Google

O lançamento do Gemini 2.0 é um marco no desenvolvimento de inteligência artificial pelo Google, marcando sua liderança na corrida por soluções inovadoras e integradas. Nos próximos meses, a tecnologia será gradualmente incorporada a produtos como a Busca e potencialmente estendida a outros serviços da Big Tech.

A atualização reforça a visão do Google em oferecer ferramentas que não apenas aprimorem a produtividade, mas também ampliem as possibilidades criativas e analíticas para indivíduos e empresas.

Google Wallet agora permite criar identidade digital usando passaporte

A Google começou a disponibilizar a opção de criar uma identidade digital a partir do seu passaporte para ser armazenada no Google Wallet e utilizada em pontos de controle da TSA (Administração de Segurança no Transporte) nos Estados Unidos.

Como Criar a Identidade Digital

De acordo com o blog da Google, o processo é simples:

  1. Abra o Google Wallet e selecione a opção “Criar um passe de identidade com seu passaporte dos EUA.”
  2. Siga as instruções para escanear o chip de segurança na parte de trás do passaporte.
  3. Grave um vídeo selfie para verificar sua identidade.
  4. Após o envio, o Google Wallet notificará quando o passe estiver pronto (geralmente em poucos minutos).

Nota: A Google reforça que essa identidade digital não substitui o documento físico e recomenda que o passaporte físico seja levado em viagens “por enquanto.”

Disponibilidade e suporte

  • A funcionalidade será liberada para “todos os usuários elegíveis” nas próximas semanas, conforme Jenny Cheng, VP e GM do Google Wallet. Não há especificação sobre data de liberação no Brasil, nem informações sobre a validade do documento.
  • Um mapa com os aeroportos que aceitam identidades digitais pode ser consultado no site oficial da TSA neste link, contando apenas com localidades dentro do território estadunidense.

O lançamento da nova função expande o interesse do aplicativo de se tornar mais presente no cotidiano dos usuários. No Novo México, bem como em outros cinco estados estadunidenses, já é possível utilizar um recurso do Google Wallet também como comprovante de habilitação para motoristas, conforme relatado pelo site 9to5Google.

Google anuncia pacote de novidades para Android 15 e dispositivos Pixel

A partir de hoje, usuários de dispositivos Android e Pixel começam a receber as primeiras atualizações trimestrais do Android 15. Entre os destaques, estão legendas aprimoradas, melhorias no assistente Gemini e no app Lookout, além de atualizações exclusivas para a linha Pixel, com funcionalidades específicas para o Pixel 9.

Principais novidades do Android

As Expressive Captions, ou Capções Expressivas, agora incluem descrições detalhadas de momentos não falados, como [suspiro] ou [aplausos]. Essas legendas estão disponíveis em qualquer lugar onde o recurso de legendas para vídeos pode ser acessado, incluindo aplicativos de redes sociais e mensagens de vídeo.

O app Lookout, voltado para pessoas com deficiência visual, agora utiliza o modelo Gemini 1.5 na funcionalidade Image Q&A. Isso permite descrições mais precisas e detalhadas de fotos tiradas ou abertas no aplicativo, expandindo o esforço da Google de trazer IA avançada para soluções de acessibilidade.

O Assistente Gemini traz novas extenções para Spotify (agora o assistente Gemini pode reproduzir músicas diretamente do Spotify, um recurso básico que ainda estava ausente) e pode ainda realizar ações como fazer chamadas, enviar e-mails e alterar configurações do telefone, aproximando-se das funcionalidades do Google Assistente tradicional.

Essas funções variam conforme o dispositivo e a versão do Android.

Recursos Exclusivos para Dispositivos Pixel

A série Pixel 9 recebe uma série de funcionalidades exclusivas:

  1. Triagem de Chamadas:
    • Sugestões contextuais de resposta enquanto o assistente atende a chamada, permitindo responder rapidamente sem precisar atender diretamente.
  2. App de Capturas de Tela (Screenshots):
    • Circle to Search: Opção de salvar pesquisas diretamente no app de capturas de tela.
    • Gboard: Sugestões de frases baseadas no conteúdo salvo no Screenshots.
    • Integração com Google Wallet: Permite salvar capturas de ingressos ou cartões diretamente no app de Screenshots.

Os modelos Pixel 6 e superiores recebem o recurso Identity Check, que exige autenticação adicional ao acessar configurações sensíveis em novos locais.


As atualizações começam a ser distribuídas hoje para dispositivos Android 15 e modelos Pixel 6 ou superiores. Verifique a compatibilidade do seu dispositivo para acessar as novas funcionalidades.

Google lança o Veo: um modelo de IA que gera vídeos ultrarrealistas

O Veo, o mais recente modelo de vídeo generativo da do Google, já está disponível para alguns usuários. Anunciado inicialmente em maio de 2024, o Veo chega ao mercado antes do concorrente Sora, da OpenAI, que ainda não foi lançado.

Capacidades do Veo

O Veo é capaz de gerar vídeos de alta qualidade (resolução 1080p) a partir de prompts baseados em texto ou imagem. Além disso, oferece uma variedade de estilos visuais e cinematográficos. Durante a apresentação inicial, o modelo gerava clipes com duração acima de um minuto, mas o Google não especificou limites para a versão de prévia. A qualidade dos clipes gerados é surpreendente, com detalhes difíceis de distinguir como sendo feitos por IA.

Outras ferramentas foram anunciadas

Além do Veo, o Google anunciou que o modelo de geração de imagens Imagen 3 estará disponível para todos os clientes do Google Cloud a partir da próxima semana, ampliando sua estreia nos EUA através do AI Test Kitchen em agosto. Novos recursos devem incluir a edição de imagem através de prompts.

Salvaguardas e Marcação de Conteúdo

Para evitar o uso indevido de seus modelos, o Google implementou salvaguardas nos Veo e Imagen 3, incluindo a tecnologia SynthID, desenvolvida pela DeepMind. Esse sistema de marca d’água digital invisível ajuda a mitigar preocupações sobre desinformação e atribuição incorreta. Ele se assemelha ao sistema de Content Credentials da Adobe, que também marca conteúdos gerados por IA.

Concorrência com OpenAI e Impacto no Mercado

Com o lançamento do Veo, o Google amplia a vantagem competitiva sobre a OpenAI, que ainda não entregou seu modelo Sora, prometido para até o final de 2024. Enquanto isso, o mercado de conteúdo gerado por IA já está em alta, com 86% das organizações que utilizam IA generativa relataram aumento na receita, segundo o Google.

Google enfrenta processo coletivo de £7 Bilhões no Reino Unido por abuso de poder em buscas

O Google terá que enfrentar um processo coletivo de £7 bilhões (cerca de $8,8 bilhões) no Reino Unido, após decisão do Competition Appeal Tribunal (CAT) que permitirá a continuidade do caso. A ação, movida pela defensora dos direitos do consumidor Nikki Stopford em setembro de 2023, acusa a gigante tecnológica de abusar de sua posição dominante no mercado de buscas, impactando consumidores e empresas no país.

A ação alega que as práticas anticompetitivas do Google elevaram os custos de publicidade para empresas, que repassaram esses custos aos consumidores. Entre as práticas questionadas estão:

  • Acordos com fabricantes de Android: supostamente, o Google obrigou fabricantes de dispositivos Android a pré-instalar o Google Search e o Chrome.
  • Parceria com a Apple: o pagamento de bilhões de dólares para que o Google fosse o mecanismo de busca padrão no Safari.

Essas práticas já foram alvo de sanções na União Europeia e nos Estados Unidos, incluindo um recente processo antitruste nos EUA que pode levar à venda do navegador Chrome.

Declarações das Partes

Stopford afirmou que o Google “manipula o mercado de mecanismos de busca para cobrar mais dos anunciantes, o que resulta em preços mais altos para os consumidores”. A ação visa promover uma concorrência mais saudável no mercado digital e responsabilizar a empresa.

Por outro lado, Paul Colpitts, conselheiro sênior do Google no Reino Unido, rebateu as acusações, classificando o caso como “especulativo e oportunista”. Ele destacou que as pessoas utilizam o Google por escolha, não por falta de alternativas.

Processos Paralelos

Além deste caso no Reino Unido, o Google enfrenta uma série de ações legais globais:

Na União Europeia, a empresa perdeu recentemente um recurso contra uma multa de $2,7 bilhões relacionada a práticas anticompetitivas.

Esse processo destaca a crescente pressão regulatória sobre gigantes tecnológicas, com esforços globais para conter práticas consideradas abusivas e estimular a concorrência em mercados digitais. A decisão do CAT de permitir a continuidade do caso no Reino Unido pode abrir precedentes para outras ações similares, reforçando a supervisão sobre o poder das grandes empresas de tecnologia.

Google altera política de reputação de sites para combater abusos em afiliados

Google anunciou mudanças significativas em sua política de reputação de sites, visando práticas que utilizam a autoridade de domínios estabelecidos para promover recomendações de produtos de terceiros de forma artificial. O impacto atinge especialmente sites renomados como Forbes, CNN, Time, e The Wall Street Journal, cujos subdomínios afiliados sofreram quedas drásticas no ranqueamento de buscas.

Google descreve essas práticas como “abusos de reputação de sites”, onde conteúdos de terceiros são publicados em sites confiáveis para melhorar artificialmente o desempenho nos resultados de busca. O objetivo é explorar a autoridade do domínio hospedeiro para ranquear melhor do que seria possível em um site separado. Isso resulta em uma experiência de busca negativa para os usuários, pois conteúdos menos relevantes aparecem em posições privilegiadas.

Essas estratégias incluem conteúdos afiliados que promovem produtos como “melhores gomas de CBD” e “melhor seguro para animais de estimação”, muitas vezes gerando comissões para os sites quando os usuários clicam em links de compra.

Impactos financeiros e de tráfego

A mudança impactou severamente subdomínios afiliados:

  • O tráfego do Time Stamped caiu 97%.
  • O Forbes Advisor perdeu 43% do tráfego relacionado a afiliados.
  • Segundo o AdWeek, o prejuízo estimado é de US$ 7,5 milhões apenas na semana passada.

Vale notar que os sites principais focados em notícias não foram penalizados, apenas os subdomínios afiliados.

“Parasite SEO” e resposta do Google

Práticas como essas, apelidadas por críticos de “Parasite SEO”, envolvem parcerias obscuras entre grandes sites e terceiros para criar conteúdo que beneficia do ranqueamento do domínio. Google declarou que “nenhum nível de envolvimento de primeira parte altera a natureza exploratória e injusta dessa estratégia”.

O impacto ocorre através de “Ações Manuais”, que permitem que os revisores humanos identifiquem abusos, indo além das detecções automáticas por algoritmos. O foco não é em conteúdos terceirizados tradicionais, como relatórios de agências de notícias ou conteúdo patrocinado claramente identificado.

Análise e implicações

Essa mudança representa uma tentativa de proteger os usuários de resultados enganosos, garantindo que o ranqueamento dos sites reflita conteúdos relevantes e confiáveis. No entanto, gera impactos financeiros consideráveis para sites que monetizavam por meio dessas estratégias.

Enquanto Google busca manter a qualidade das buscas, sites como DuckDuckGo e outras ferramentas podem aproveitar para atrair usuários descontentes com práticas abusivas.

A nova política reflete um esforço contínuo do Google para manter sua relevância no mercado de buscas, equilibrando interesses comerciais e a experiência do usuário. Ao combater abusos, a empresa reforça a necessidade de práticas éticas no uso de SEO, embora isso desafie o modelo de negócios de sites dependentes de afiliados.

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