Governo federal firma parceria para combater manipulação de resultados em apostas esportivas

Na semana passada, o governo brasileiro firmou parceria com quatro organismos internacionais para combater a manipulação de resultados no mercado de apostas esportivas. As entidades envolvidas são: Genius Sports, International Betting Integrity Association (IBIA), Sport Integrity Global Alliance (SIGA e SIGA Latin America) e Sportradar.

Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, destacou a importância dessas parcerias para aprimorar o setor no Brasil, enfatizando a necessidade de compartilhar dados e conhecimentos com esses organismos, além de investir na formação de servidores.

Giovanni Rocco Neto, secretário Nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte do Ministério do Esporte, ressaltou a preocupação do governo com a integridade do esporte brasileiro, mencionando a necessidade de ações rápidas e eficientes na apuração e punição de casos de manipulação de resultados, não apenas no futebol, mas também em esportes individuais como tênis, judô e boxe.

Representantes das empresas parceiras também enfatizaram a relevância dos acordos. João Amaral, da Genius Sports, mencionou que a empresa possui 160 parceiros globais e compartilha dados e tecnologia para coibir manipulações e fraudes, destacando que a credibilidade do esporte é fundamental para atletas, apostadores e profissionais do setor.

Sérgio Floris, da Sportradar, expressou confiança de que o Brasil deixará de liderar o ranking mundial de manipulação de resultados compilado pela empresa, atribuindo essa mudança ao trabalho sério realizado pelo governo e pelas organizações envolvidas.

Graham Tidey, da IBIA, afirmou que a parceria é essencial, informando que a associação monitora 125 marcas e movimenta mais de US$ 300 bilhões, sendo a maior entidade de monitoramento independente do mundo.

Manoel de Medeiros, da SIGA e SIGA Latin America, estimou que as apostas esportivas movimentam entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões por ano globalmente, elogiando a iniciativa do governo brasileiro em enfrentar de forma direta um problema complexo e de impacto significativo.

Cibercriminosos devem bater recorde de lucros em 2024

Em 2024, os ataques de ransomware atingiram níveis recordes, com hackers lucrando significativamente, apesar dos esforços das autoridades. Allan Liska, especialista em ransomware e analista da Recorded Future, afirmou que este ano está a caminho de ser o mais lucrativo para os cibercriminosos, com resgates pagos alcançando valores sem precedentes.

Pela primeira vez, foram registrados quatro pagamentos de resgates na casa dos oito dígitos, incluindo um de US$ 22 milhões pela Change Healthcare ao grupo ALPHV, após o roubo de dados médicos de milhões de americanos.

Além disso, observou-se um aumento de mais de 30% nos ataques focados apenas no roubo de dados em comparação aos anos anteriores. Liska destaca que novos cibercriminosos preferem extorquir vítimas com ameaças de exposição de dados sensíveis, em vez de utilizar criptografia e técnicas de desbloqueio.

Grupos como o Scattered Spider têm recorrido a táticas de extorsão física, ameaçando vítimas com informações obtidas ilegalmente caso o resgate não seja pago, representando uma escalada alarmante nas táticas de intimidação utilizadas por essas gangues cibernéticas.

Liska também expressa preocupações sobre como uma possível mudança na administração dos EUA poderia afetar a colaboração internacional no combate ao ransomware, destacando a importância de uma resposta coordenada para enfrentar essa crescente ameaça.

Por que o governo russo aplicou uma multa histórica ao Google?

Em 2020, o YouTube, plataforma pertencente ao Google, baniu o canal ultranacionalista russo Tsargrad, em conformidade com sanções dos Estados Unidos impostas ao proprietário do canal. Posteriormente, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, outros canais estatais e pró-Kremlin, como Sputnik, NTV e Rússia 24, também foram removidos da plataforma.

Em resposta, um tribunal russo impôs ao Google uma multa de 2 undecilhões de rublos, equivalentes a 20 decilhões de dólares, valor que excede todo o dinheiro existente no mundo. Essa multa resulta de penalidades acumuladas desde 2020, quando o Google bloqueou canais russos no YouTube por violações relacionadas a sanções e regras comerciais.

Em 2022, a divisão russa do Google declarou falência, alegando dívidas superiores a 19 bilhões de rublos, enquanto possuía apenas 3,5 bilhões de rublos em ativos. Além disso, a Rússia processou a empresa em países como Turquia, África do Sul e Espanha, enquanto o Google recorreu no Reino Unido contra os proprietários dos canais afetados.

Especialistas consideram a multa estipulada na Rússia como impossível de ser paga, dado seu valor astronômico. Embora os serviços gratuitos do Google continuem operando, sua entidade legal na Rússia pediu falência em 2022, deixando o governo russo com poucas opções para recuperar o valor estipulado.

Em agosto de 2024, a Rússia confiscou mais de US$ 100 milhões das contas bancárias do Google para financiar canais de propaganda estatais, como RT e Tsargrad, que apoiam o esforço de guerra do presidente Vladimir Putin.

A situação destaca as tensões contínuas entre grandes empresas de tecnologia e governos em relação ao controle de conteúdo e cumprimento de sanções internacionais.

Meta explora parcerias de IA com o governo dos EUA, Revela Mark Zuckerberg

Durante a chamada de resultados do terceiro trimestre da Meta, o CEO Mark Zuckerberg anunciou que a empresa está “trabalhando com o setor público para adotar o Llama em diferentes partes do governo dos EUA”. A declaração levanta questões cruciais sobre quais setores governamentais utilizarão os modelos de IA da Meta, para que fins e se haverá aplicações militares específicas. Além disso, surge a dúvida se essas parcerias envolvem compensação financeira.

Quando questionada, a porta-voz da Meta, Faith Eischen, revelou que a empresa está colaborando com o Departamento de Estado para explorar como o Llama pode enfrentar desafios como o acesso a água potável e eletricidade confiável, além de apoiar pequenos negócios. Eischen também mencionou interações com o Departamento de Educação para tornar o processo de ajuda financeira mais acessível para estudantes e afirmou que outras conversas estão em andamento. Ela destacou que não há pagamento envolvido nessas parcerias.

A movimentação da Meta ocorre em um contexto interessante. Donald Trump, candidato presidencial, ameaçou prender Zuckerberg, que tem tentado manter uma postura neutra em relação a política. Simultaneamente, outras empresas de IA, como OpenAI e Anthropic, têm colaborado com o governo dos EUA em iniciativas de segurança, enquanto o relacionamento da Google com o Pentágono é amplamente documentado. OpenAI, por exemplo, tem seus modelos utilizados por entidades como a DARPA e o Laboratório Nacional de Los Alamos.

Durante a mesma chamada, Zuckerberg provocou expectativas em torno do próximo modelo do Llama, mencionando que a versão quatro está sendo treinada em um dos maiores clusters já relatados e deve incluir “novas modalidades”, “melhor capacidade de raciocínio” e “performance muito mais rápida”, com lançamento previsto para o próximo ano. Ele também reconheceu que a Meta continuará investindo em IA em 2025, apesar de possíveis preocupações dos investidores, destacando o potencial dessas iniciativas.

A Meta reportou um crescimento contínuo, com receita de $40,5 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, e um lucro de $17,3 bilhões. A empresa também informou que 3,29 bilhões de pessoas utilizam pelo menos um de seus aplicativos diariamente, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

Presença da Polestar no mercado estadunidense é ameaçada pelo banimento de softwares chineses

Hoje, os veículos elétricos da Polestar ganharam acesso à rede de Superchargers da Tesla, o que significa que os motoristas da Polestar nos EUA agora têm acesso a mais 17.800 carregadores rápidos DC — desde que adquiram um adaptador NACS, que já pode ser solicitado em qualquer ponto de serviço Polestar local. No entanto, a Polestar enfrenta uma preocupação maior do que expandir suas opções de recarga. Se novas regras propostas para banir softwares e hardwares automotivos conectados de origem chinesa entrarem em vigor, elas, segundo a Polestar, efetivamente baniriam a montadora do mercado americano, incluindo os veículos elétricos fabricados na Carolina do Sul.

As regras propostas proibiriam o uso de softwares automotivos conectados de origem chinesa nos EUA a partir do ano-modelo 2027 (em meados de 2026) e de hardwares chineses a partir do ano-modelo 2030.

O banimento de tecnologia automotiva conectada chinesa é a mais recente de uma série de medidas protecionistas adotadas pelo governo federal e pelo Congresso dos EUA. O novo crédito fiscal para veículos limpos, por exemplo, não se aplica mais a veículos elétricos fabricados na China ou com componentes chineses em suas baterias, e o Departamento de Comércio dos EUA tem pressionado o México a não oferecer incentivos generosos para montadoras chinesas que desejam se estabelecer na região. Desde maio, veículos elétricos feitos na China estão sujeitos a uma tarifa de 100%.

O mercado interno de automóveis da China está estagnado há alguns meses, e o governo chinês há anos subsidia fortemente as exportações da sua indústria automotiva como forma de enfraquecer a concorrência estrangeira em áreas como a tecnologia verde. Veículos elétricos chineses de baixo custo já começaram a ganhar espaço na Europa, e a União Europeia está prestes a impor tarifas de 35,5% sobre os EVs fabricados na China, apesar da oposição de várias montadoras europeias, que temem represálias.

A Polestar manifestou várias preocupações em relação à proposta de banimento. Primeiro, ela argumenta que a definição dos termos é ampla demais e “cria uma incerteza paralisante para as empresas.” A empresa sugere que uma lista mais bem definida de restrições seria útil.

Além disso, a Polestar defende que, “se uma grande parte da fabricação ou do desenvolvimento de software ocorre fora do país de um adversário estrangeiro, a mera posse acionária não deve ser o fator determinante para aplicar as proibições estabelecidas na proposta de regra.” A Polestar é organizada nos EUA e é uma subsidiária de uma companhia pública do Reino Unido, listada na bolsa NASDAQ em Nova York. A sede da empresa fica na Suécia, e sete dos dez membros do conselho são da Europa ou dos EUA. Ela fabrica o SUV Polestar 3 na Carolina do Sul e, a partir do próximo ano, o Polestar 4 será produzido na Coreia do Sul. Dos 2.800 funcionários da Polestar, apenas 280 estão baseados na China.

Com a maioria dos “principais tomadores de decisão” estando na Suécia, a empresa acredita que as preocupações de segurança nacional não se aplicam ao seu caso, sugerindo que o Departamento de Comércio dos EUA deve considerar se foi longe demais na proposta.

Embora a Polestar possa ser a montadora mais afetada pela nova regra, não é a única. No mês passado, o Departamento de Comércio informou à Ford e à General Motors que as importações do Lincoln Nautilus e do Buick Envision — ambos fabricados na China — também teriam que ser interrompidas sob a nova regra.

Cidade na França oferece acesso gratuito ao ChatGPT Premium para ajudar idosos a encontrar informações

Os moradores mais velhos de Arcachon, uma cidade no sudoeste da França, agora poderão usar o ChatGPT Premium de forma gratuita. Essa iniciativa foi criada para ajudar a população, que é principalmente composta por idosos, a acessar informações sobre a cidade.

O presidente da Câmara, Yves Foulon, do partido Os Republicanos (LR), anunciou na semana passada que é importante que todos saibam como usar as tecnologias digitais no dia a dia. “Temos pessoas treinadas para ajudar os moradores com questões digitais, e agora decidimos dar um passo à frente ao oferecer acesso gratuito ao ChatGPT para todos”, disse Foulon em um vídeo.

Mais de 60% dos 12.000 habitantes da cidade têm mais de 60 anos. O presidente até chamou Arcachon de “a cidade mais velha da França”, durante uma entrevista na TV.

O acesso ao ChatGPT será feito pelo site da cidade, que mostrará exemplos de como o assistente de IA pode ajudar, como encontrar informações do município. O serviço usa a versão mais recente do ChatGPT, chamada GPT-4, que normalmente é oferecida apenas para assinantes pagos, mas foi adaptada para atender as necessidades da cidade.

No dia do lançamento, foram entregues 250 códigos de acesso ao ChatGPT. A cidade, que fica perto de Bordéus, já havia tomado várias medidas para ajudar a população a se familiarizar com o mundo digital, especialmente porque muitos serviços, como a declaração de impostos, agora são online.

No entanto, algumas pessoas nas redes sociais criticaram a escolha de usar uma empresa americana em vez de uma francesa. O custo estimado para oferecer o ChatGPT é de 10.000 euros por ano, conforme Foulon explicou em uma entrevista à rádio pública francesa, em um momento em que o país busca reduzir gastos.

Além disso, as ferramentas de IA, como o ChatGPT, têm sido criticadas por às vezes fornecerem informações incorretas. Para ajudar os moradores a usarem a tecnologia da melhor forma possível, a cidade planeja realizar treinamentos regulares.

Amazon corrige valor declarado de despesas de lobby na UE para 5 milhões

A Amazon, empresa tecnológica norte-americana, ajustou sua despesa anual declarada com atividades de lobby na União Europeia no último ano, após queixas apresentadas por organizações não governamentais (ONGs). Segundo o site Euro News, o valor corrigido subiu para 5 milhões de euros, comparado aos 2,75 milhões de euros anteriormente declarados no Registro de Transparência.

Queixas e ajustes

A mudança ocorreu após reclamações do Corporate Europe Observatory, do Centro de Investigação sobre Empresas Multinacionais (SOMO) e do LobbyControl em dezembro passado. Essas organizações alegaram que a Amazon vinha subestimando suas despesas de lobby por anos. A alteração foi confirmada em uma carta do secretariado do registro, à qual a Euronews teve acesso.

A gigante tecnológica também foi convidada a revelar sua relação com os grupos de reflexão Centre for European Policy Studies (CEPS) e Center for European Reform (CER), informação que não havia sido fornecida anteriormente. Além disso, as empresas de consultoria Telage e Leading Edge incluíram a Amazon Europe em suas listas de clientes após o ajuste.

Interações com o Registro de Transparência

O secretariado do Registro de Transparência notificou a Amazon sobre a queixa em dezembro de 2023 e teve várias comunicações com a empresa para esclarecer o papel e as atividades de seus intermediários e grupos de reflexão relacionados, conforme indicado na carta.

O orçamento para lobby coloca a Amazon entre os cinco maiores gastadores de Big Tech na Europa, de acordo com dados do Lobby Facts. A Meta continua liderando a lista com um orçamento de 9 milhões de euros, seguida pela Microsoft com 7 milhões de euros, Apple com 6,5 milhões de euros e Google com 6 milhões de euros.

Proibição no Parlamento Europeu

Em fevereiro, 14 lobistas da Amazon foram proibidos de entrar no Parlamento Europeu, em decorrência de um apelo da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais (EMPL). Isso aconteceu após a empresa não ter comparecido a uma série de audiências e visitas a fábricas em 2021 e 2023.

Os políticos desejavam manter discussões e realizar visitas com o gigante da tecnologia após reportagens sugerirem a possível monitorização dos trabalhadores da Amazon, além de outras práticas comerciais e de local de trabalho. Na ocasião, a Amazon expressou sua “grande decepção” com a decisão e se mostrou disponível para dialogar com os legisladores.

Um grupo de sindicatos subsequentemente pediu ao Parlamento que impusesse uma proibição a todas as empresas de consultoria e grupos de pressão associados à Amazon, visando “dar um efeito real” à decisão. A proibição de entrada para representantes da Amazon permanece em vigor, e o pedido dos sindicatos ainda não foi analisado pela comissão parlamentar de emprego.

Empresa chinesa inicia venda de ingressos para voo espacial suborbital

Na última quinta-feira (24), uma empresa chinesa deu início à venda de dois bilhetes para um voo espacial suborbital programado para 2027.

Os ingressos, oferecidos pela Deep Blue Aerospace, têm o preço de 1,5 milhão de yuans cada (cerca de US$ 210 mil ou R$ 1,2 milhão na cotação atual). Durante a viagem, os passageiros poderão desfrutar de cinco minutos em ausência de gravidade.

A Deep Blue Aerospace se destaca como uma das líderes na China no crescente setor espacial comercial. O governo chinês tem incentivado o desenvolvimento dessas empresas para competir com gigantes como a americana SpaceX, de Elon Musk, e a Blue Origin, de Jeff Bezos, que também oferecem voos turísticos suborbitais.

Em 2023, foram realizados 26 lançamentos por empresas comerciais na China, conforme reportado pela mídia oficial. Dentre eles, destaca-se o Zhuque-2, projetado pela LandSpace, que se tornou o primeiro foguete do mundo a orbitar o planeta utilizando motores de metano líquido, uma tecnologia promissora que ajuda a reduzir custos.

Além disso, em maio, a empresa CAS Space anunciou planos para oferecer voos de turismo espacial no país a partir de 2028.

O que é voo suborbital

Um voo suborbital é aquele em que uma nave consegue viajar além da atmosfera terrestre. Esse tipo de voo pode ser comparado ao arremesso de uma bola de basquete em direção à cesta. A cápsula em que os tripulantes estão atinge uma altitude máxima e, em seguida, retorna ao solo em uma trajetória semelhante.

Sair da versão mobile