Microsoft investirá R$400 bilhões em data centers para impulsionar inteligência artificial

A Microsoft anunciou planos ambiciosos de investir mais de R$400 bilhões (US$80 bilhões) na construção e expansão de data centers até o final de 2025. Esses investimentos visam fortalecer sua infraestrutura tecnológica, permitindo o desenvolvimento de soluções avançadas de inteligência artificial e expandindo a capacidade de suas operações em nuvem. A declaração foi feita por Brad Smith, presidente da Microsoft, que destacou o papel crucial desses data centers na criação de modelos de IA mais robustos e na oferta de aplicativos que atendam a uma escala global.

Segundo Smith, a maior parte desse investimento será direcionada para os Estados Unidos, refletindo não apenas a confiança da empresa na economia americana, mas também um compromisso estratégico com o país. Em paralelo, ele pediu que o governo americano tome medidas que incentivem a adoção global da tecnologia desenvolvida nos EUA, em um movimento que parece ecoar a competitividade crescente com a China no campo da inteligência artificial.

Além de ressaltar o foco em infraestrutura, Smith reconheceu a importância de parcerias estratégicas, como a colaboração com a OpenAI. A Microsoft já destinou mais de US$10 bilhões à organização responsável pelo ChatGPT, um exemplo claro de como a empresa busca alavancar inovações externas para impulsionar sua própria liderança em IA. Esse movimento reafirma a intenção da Microsoft de não apenas acompanhar, mas liderar a corrida global pela supremacia tecnológica.

OpenAI anuncia reestruturação corporativa e se torna uma Public Benefit Corporation

A OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, anunciou mudanças significativas em sua estrutura organizacional. Em um post no blog oficial, a companhia revelou que passará a operar como uma Public Benefit Corporation (PBC), um modelo de empresa que busca equilibrar interesses lucrativos com um propósito social claro. Essa mudança visa alinhar seus objetivos de inovação com benefícios para a sociedade, enquanto mantém um modelo que incentiva o crescimento e a captação de investimentos.

O que muda com o novo modelo de PBC?

O modelo de PBC é um tipo de corporação reconhecida pela legislação dos EUA, cuja missão combina geração de lucro e impacto social positivo. Embora a OpenAI já operasse com uma estrutura mista — com braços sem fins lucrativos e com fins lucrativos —, a mudança para o status de PBC formaliza esse compromisso e amplia a capacidade de atração de capital.

No modelo atual, o braço sem fins lucrativos continuará a deter ações da nova corporação, enquanto a divisão com fins lucrativos será responsável pelas operações diárias. Além disso, a fundação sem fins lucrativos planeja formar uma equipe de liderança focada em iniciativas sociais nas áreas de saúde, educação e ciência.

“Acreditamos que essa nova estrutura nos permitirá equilibrar os interesses de acionistas, partes interessadas e o benefício público em nossas tomadas de decisão”, declarou a empresa.

Implicações financeiras e operacionais

A mudança, segundo a OpenAI, trará maior flexibilidade para captar recursos, embora a empresa não tenha detalhado como isso acontecerá. O post no blog também não esclarece se haverá impactos diretos nos produtos voltados para o consumidor, como o ChatGPT. No entanto, considerando as recentes dificuldades enfrentadas pela plataforma — incluindo uma grande interrupção de serviço no dia seguinte ao Natal —, a injeção de novos recursos e investimentos pode ser fundamental para garantir a estabilidade e a expansão de seus serviços.

Braço social ganha destaque

Com o novo modelo, o braço sem fins lucrativos da OpenAI terá maior autonomia para liderar projetos de impacto social. A empresa planeja contratar uma equipe dedicada para promover iniciativas voltadas a áreas críticas como saúde, ciência e educação. Essa abordagem reflete uma visão de longo prazo para ampliar o impacto da inteligência artificial além do escopo comercial.

O que esperar no futuro?

Embora os detalhes operacionais ainda sejam escassos, a transição para o modelo de PBC reflete o esforço da OpenAI em consolidar sua posição como uma das empresas líderes no desenvolvimento responsável da inteligência artificial. Ao mesmo tempo, a mudança busca aliviar tensões entre objetivos lucrativos e a necessidade de atender aos desafios éticos e sociais associados à expansão da IA.

A medida também sinaliza uma possível resposta às críticas crescentes sobre o impacto das tecnologias de IA e os desafios de governança enfrentados por empresas do setor. Se bem-sucedida, essa reestruturação pode se tornar um modelo para outras companhias que buscam equilibrar inovação e responsabilidade social no mundo da tecnologia.

Publicadas novas informações sobre a IA na LLM Siri

A Apple está preparando uma transformação significativa na Siri, integrando inteligência artificial avançada que a tornará mais semelhante ao ChatGPT, da OpenAI, e ao Gemini Live, do Google, segundo informações de Mark Gurman, da Bloomberg. A nova versão, apelidada de “LLM Siri” (Large Language Model Siri), será alimentada por modelos de IA desenvolvidos pela Apple, prometendo interações mais naturais e conversacionais.

Novas capacidades da Siri

O objetivo da Apple é expandir as funcionalidades da Siri para torná-la mais útil em tarefas complexas. Entre as melhorias planejadas estão:

  • Interação com aplicativos de terceiros: com capacidades ampliadas de usar App Intents, a Siri poderá interagir de maneira mais profunda com apps externos.
  • Criação e resumo de textos: a integração da Apple Intelligence permitirá que a Siri resuma conteúdos e escreva textos, funções antes restritas a modelos de IA dedicados.

Cronograma de Lançamento

Embora as primeiras novidades possam ser anunciadas já em 2025, a substituição completa do sistema subjacente da Siri está prevista para a primavera de 2026. Isso marca uma mudança significativa na abordagem da Apple, que historicamente avança com mais cautela em relação à implementação de IA.

Diferenciação do ChatGPT e outros concorrentes

Craig Federighi, vice-presidente sênior de software da Apple, destacou em entrevista recente ao The Wall Street Journal que a Siri, mesmo com IA avançada, continuará focada em oferecer suporte local e funcionalidades práticas. Federighi observou que, enquanto ferramentas como o ChatGPT são excelentes para consultas complexas, como escrever poemas sobre mecânica quântica, a Siri se destaca em ações do dia a dia, como enviar mensagens ou abrir a garagem.

Ele explicou:
“Há um espectro de capacidades e trade-offs aqui. Essas tecnologias irão convergir, mas a Siri continuará a oferecer utilidades rápidas e locais.”

Avanços recentes e futuro

A Apple tem adotado uma abordagem mais gradual na integração de IA. No mês passado, a empresa adicionou um recurso de ChatGPT à Siri no beta do iOS 18.2. Outros avanços programados incluem a habilidade da Siri de interpretar conteúdos na tela e realizar ações dentro de aplicativos, funcionalidades esperadas para o próximo ano.

Impacto e expectativas

A nova Siri promete colocar a Apple em pé de igualdade com concorrentes no setor de assistentes virtuais, ao mesmo tempo em que mantém a privacidade e a performance local como diferenciais. Essa evolução não apenas reforça o papel da Siri no ecossistema da Apple, mas também sinaliza o compromisso da empresa em liderar a integração de IA de maneira estratégica e centrada no usuário.

Google testa recurso de busca por voz em tempo real com IA

Com a OpenAI entrando no mercado de mecanismos de busca por meio do ChatGPT Search, a Google está intensificando seus esforços em inteligência artificial para manter sua liderança no setor.

A novidade mais recente? Um recurso de busca por voz em tempo real e com suporte conversacional diretamente no Google Search.

Como funciona o novo recurso de busca por voz com IA?

Segundo informações compartilhadas por @AssembleDebug no X, o recurso permite que usuários realizem perguntas por meio de comando de voz no aplicativo do Google em dispositivos móveis. Em resposta, a busca do Google fornece resultados em tempo real, incluindo links relevantes e resumos baseados em IA.

Diferentemente das buscas por voz existentes, que exigem que o usuário reinicie o processo a cada nova pergunta, a nova funcionalidade é contextual e contínua. Isso significa que, uma vez iniciado, o usuário pode fazer perguntas complementares sem precisar tocar novamente no botão de microfone.

O que esperar do recurso?

O recurso está atualmente em fase de testes e ainda não foi disponibilizado ao público em geral no aplicativo Google. Não se sabe ao certo se ele será lançado oficialmente, mas, com o avanço de outras empresas no mercado de voz para texto, como a OpenAI, é provável que a Google implemente versões similares no futuro próximo.

Com a crescente integração de IA em ferramentas de busca, o Google busca inovar para enfrentar concorrentes como a OpenAI. Fique atento, pois essas novidades podem redefinir a forma como interagimos com mecanismos de busca em nossos dispositivos móveis.

Eleição de Trump deve afetar o mercado de inteligência artificial

Na manhã de quarta-feira, Donald Trump foi declarado vencedor da eleição presidencial dos EUA, preparando o cenário para mudanças significativas na política federal de IA ao assumir o cargo no próximo ano.

Entre suas intenções está a desarticulação imediata da ordem executiva sobre IA estabelecida por Biden em outubro de 2023. Biden criou uma supervisão abrangente do desenvolvimento de IA, incluindo a criação do Instituto de Segurança de IA dos EUA (AISI). Ela exige que empresas apresentem relatórios sobre metodologias de treinamento e medidas de segurança, incluindo dados de testes de vulnerabilidade. Além disso, a ordem atual orienta o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) do Departamento de Comércio a desenvolver diretrizes para ajudar as empresas a identificar e corrigir falhas em seus modelos de IA .

Apoiadores de Trump, como a deputada Nancy Mace e o senador Ted Cruz, têm criticado essas medidas. Em março, Mace alertou que os requisitos de relatórios podem desestimular a inovação e impedir desenvolvimentos como o ChatGPT. Cruz caracterizou os padrões de segurança de IA do NIST como uma tentativa de “controle por normas progressistas” .

Impacto Comercial e Outros Efeitos

As propostas de Trump incluem uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos EUA e uma tarifa de 60% sobre produtos chineses, o que poderia dificultar o acesso da indústria de IA a tecnologias essenciais, especialmente GPUs, fundamentais para treinamento e execução de seu trabalho. Também é possível que Trump intensifique o controle de exportações de chips e modelos de IA para a China .

Outras propostas de Trump incluem a restrição a vistos H-1B e a expansão do desenvolvimento de petróleo e gás, medidas que se aplicadas poderiam impactar a capacidade de empresas de IA de recrutar talentos e acessar recursos computacionais .

Caso Trump realmente remova a regulamentação federal de IA, os governos estaduais estadunidenses poderão preencher essas lacunas regulatórias, como é comum nos Estados Unidos. Por exemplo, Tennessee, Colorado e Califórnia já adotaram medidas para regular IA, incluindo proteção contra clonagem de voz e regulamentações contra deepfakes, mostrando que os estados podem adotar políticas próprias caso a regulamentação federal seja desfeita. Em efeito cascata, países pelo mundo que também são impactados pelas tecnologias estadunidenses enfrentariam a necessidade de implementarem leis que ofereçam o mínimo de proteção às pessoas, o que poderia levar tempo e gerar um status de insegurança em primeiro momento.

Por fim, as fronteiras nem sempre precisas entre o pessoal e o institucional, marca do primeiro governo Trump, poderiam gerar desequilíbrio de mercado, com empresas gerenciadas por seus apoiadores conseguindo mais livre acesso ao lobby presidencial em busca de condições exclusivas de atuação. Elon Musk, que apoiou Trump na eleição, por exemplo, tem projetos na área de IA e tem perdido espaço de mercado, podendo agora utilizar de suas relações para recuperar terreno.

Claude, Perplexity e ChatGPT: movimentos da semana mostram expansão de apps para Mac no mundo da IA

A última semana trouxe novidades importantes para os usuários de IA em Macs. A Anthropic lançou um aplicativo desktop para o chatbot Claude, e a Perplexity introduziu um app nativo para seu serviço de busca por IA. Além disso, a OpenAI atualizou seu app do ChatGPT para Mac, agora com suporte ao recurso de voz avançada.

Assim como o app do ChatGPT, lançado há algumas semanas, o novo app da Perplexity inclui um atalho de teclado para inserir consultas de qualquer lugar na área de trabalho. Esse app permite que os usuários façam perguntas adicionais e mantenham uma conversa baseada nos resultados obtidos. O download e o uso do app são gratuitos, mas a Perplexity oferece assinaturas para usuários mais intensivos.

Embora o foco em busca da Perplexity a tenha mantido separada da concorrência direta com o ChatGPT da OpenAI, essa distinção diminuiu com o lançamento do SearchGPT, uma variante voltada para buscas. No entanto, o SearchGPT ainda não está disponível no app desktop da OpenAI.

O app Claude da Anthropic é um concorrente mais direto do ChatGPT, com funcionalidades semelhantes, mas com vantagens específicas, como suporte em desenvolvimento de software. O aplicativo também é gratuito para download e está em versão beta, mas, assim como os concorrentes, a Anthropic cobra por uso mais avançado.

Diferente do lançamento do app do ChatGPT, que inicialmente não incluiu uma versão para Windows, a Anthropic adotou uma abordagem simultânea ao lançar seus apps para Mac e Windows ao mesmo tempo.

Anteriormente, todos esses serviços ofereciam apps para dispositivos móveis e versões web, mas os aplicativos nativos para desktop eram raros.

ChatGPT agora facilita encontrar informações importantes de conversas antigas

Publicado na plataforma X (anteriormente Twitter) na terça-feira, a OpenAI anunciou uma nova ferramenta no ChatGPT que facilitará a busca pelo histórico de conversas. Ao abrir o ChatGPT no navegador, você verá um ícone de lupa no canto superior esquerdo, permitindo pesquisar palavras-chave e frases em suas conversas passadas.

Para usuários do plano Plus e Team, a novidade estará disponível antes. Usuários Enterprise e Edu terão acesso em uma semana, e os usuários do plano gratuito começarão a receber o recurso ao longo do próximo mês.

Ao perguntar para o próprio ChatGPT sobre a nova ferramenta, ele explicou que a funcionalidade foi “desenvolvida para economizar tempo e organizar informações”. Segundo o ChatGPT, a ferramenta permite localizar rapidamente informações de conversas passadas, facilitando a retomada de respostas úteis ou a continuação de discussões anteriores.

Além disso, a AI detalha que a pesquisa de histórico pode ser usada para acompanhar projetos em andamento, estudar e fazer “brainstorming”.

Essa atualização surge após críticas ao ChatGPT sobre o armazenamento de dados de conversas. Em maio, a Mashable relatou que o ChatGPT salvava o histórico de chats dos usuários, mesmo que estes tivessem optado por não compartilhar seus dados para treinar o modelo. Quando questionado sobre o novo recurso de busca no histórico, o ChatGPT afirmou que “somente você (o usuário) tem acesso ao seu histórico de conversas” e que a OpenAI não usa essas conversas para treinamento sem o consentimento explícito do usuário.

Além disso, é possível desativar o histórico de chats nas configurações. Quando desativado, as conversas não serão salvas nem pesquisáveis.

Curiosamente, algumas polêmicas envolvendo o ChatGPT incluem compartilhamento de desinformação em debates eleitorais, possíveis preconceitos contra candidatos com deficiência e exposição de segredos industriais de empresas como a Samsung. Ter acesso a históricos com facilidade pode criar mais desafios para a empresa.

A Transição controversa da OpenAI: de organização sem fins lucrativos a megacorporação

Quando foi fundada em 2015, o laboratório de pesquisa em inteligência artificial OpenAI era uma organização sem fins lucrativos. A missão idealista: garantir que o trabalho de alto risco em inteligência artificial servisse a todo o mundo. Isso era necessário porque, segundo a crença fervorosa dos fundadores, a IA iria transformar o mundo inteiro.

Desde então, a OpenAI alcançou muito mais do que se imaginava. “Inteligência artificial geral” parecia um sonho distante em 2015, mas hoje temos IA interativa, criativa e capaz de passar na maioria dos testes de competência humana. Muitos especialistas acreditam que a inteligência geral está virando uma esquina. A OpenAI, que ao longo dos anos se transformou de um laboratório sem fins lucrativos para uma das startups mais valorizadas da história, esteve no centro dessa transformação.

No entanto, essa jornada não foi isenta de problemas. Embora tenha basicamente se tornado uma empresa, a OpenAI usava uma governança sem fins lucrativos para manter o foco em sua missão. O CEO Sam Altman tranquilizou o Congresso, afirmando que não tinha participação acionária na empresa, e o conselho sem fins lucrativos ainda mantinha autoridade para mudar o rumo, caso considerasse que a empresa havia se desviado de sua missão.

Isso acabou colocando o conselho em conflito com Altman em novembro passado, em um embate complicado que o CEO venceu. Quase toda a equipe de liderança original deixou a empresa. Desde então, o conselho foi amplamente substituído e funcionários de destaque saíram em ondas, alguns alertando que já não acreditam que a OpenAI construirá uma superinteligência de forma responsável. A Microsoft, maior investidor da OpenAI, parece cada vez mais ansiosa para que a empresa abandone a construção de superinteligência e se concentre em criar um produto lucrativo.

Agora, a OpenAI está tentando fazer a transição para uma estrutura corporativa mais convencional, possivelmente tornando-se uma empresa com fins lucrativos de benefício público, como a concorrente Anthropic. Contudo, conversões de sem fins lucrativos para com fins lucrativos são raras, e há muita desinformação sobre o que, exatamente, “a OpenAI se tornar uma empresa com fins lucrativos” significa.

Elon Musk, que cofundou a OpenAI, mas saiu após uma disputa de liderança, descreve a transição como uma tomada de poder, argumentando em um processo judicial recente que Altman e seus associados “esvaziaram sistematicamente a organização sem fins lucrativos de sua tecnologia valiosa e pessoal” em um esquema para enriquecer. A OpenAI refutou as alegações, classificando o processo como uma “campanha de assédio” por parte de Musk.

Embora Musk tenha suas próprias razões para ser competitivo com a OpenAI, muitas pessoas parecem acreditar que a empresa poderia simplesmente adotar um rótulo de “com fins lucrativos” e continuar com as operações. Isso, entretanto, não é possível. O que realmente está acontecendo é uma negociação complexa e delicada: a venda de todos os ativos valiosos da organização sem fins lucrativos para a nova entidade com fins lucrativos, em troca de a entidade sem fins lucrativos continuar existindo e se tornando um grande investidor na nova empresa.

A questão principal é: quanto valem esses ativos, e o conselho da organização sem fins lucrativos conseguirá um acordo justo com a OpenAI (e a Microsoft)? Até agora, essas negociações de alto risco ocorreram quase inteiramente nos bastidores, e muitas questões cruciais têm recebido pouca cobertura pública.

Em 2019, o modelo sem fins lucrativos começou a enfrentar dificuldades. A OpenAI atraiu uma equipe incrível e publicou pesquisas impressionantes, mas estava claro que o ambicioso objetivo de construir uma inteligência artificial geral seria muito caro. Para financiar essa missão, a empresa adotou uma estrutura híbrida: um conselho sem fins lucrativos controlando uma empresa com fins lucrativos, com os retornos dos investidores limitados a 100 vezes o investimento original.

Esse modelo, no entanto, mostrou-se problemático, especialmente em 2023, quando o conselho demitiu Sam Altman. A demissão, que ocorreu em um momento delicado, gerou revolta entre os funcionários e uma reviravolta nos bastidores. Altman acabou sendo reintegrado como CEO, e alguns membros do conselho que apoiaram sua demissão renunciaram.

Rumores de que a OpenAI estava se preparando para se tornar uma entidade totalmente com fins lucrativos começaram a circular desde o incidente. Nas últimas semanas, esses rumores se tornaram mais concretos, com o último financiamento incluindo compromissos para a transição ocorrer nos próximos dois anos, sob pena de reembolso aos investidores.

A OpenAI está entrando em uma nova era, e resta saber o que isso significará para a entidade sem fins lucrativos, que possui ativos avaliados em dezenas de bilhões de dólares.

No iOS 18.2, Apple ampliará a inteligência do sistema integrando o ChatGPT

A Apple está a poucos dias de lançar o aguardado iOS 18.2, que trará novos recursos para a Siri, tornando-a uma assistente muito mais útil e poderosa, integrada ao ChatGPT e uma ferramenta inédita chamada Visual Intelligence. Essas melhorias permitirão que a Siri vá além das buscas simples, respondendo a perguntas complexas, oferecendo sugestões e analisando imagens diretamente no dispositivo.

No iOS 18.2, a Siri será capaz de encaminhar perguntas para o ChatGPT sempre que a resposta exigir uma análise mais aprofundada. Inicialmente, a Siri pedirá confirmação ao usuário para enviar questões ao ChatGPT, mas essa configuração pode ser desativada para agilizar as respostas. Perguntas básicas continuam sendo respondidas pela própria Siri, enquanto consultas mais complexas são encaminhadas ao ChatGPT, como, por exemplo, sugestões de coquetéis a partir de ingredientes específicos. Para perguntas rápidas, a Siri ainda utiliza o Google para resultados mais diretos.

Além disso, a nova Visual Intelligence permitirá que os usuários tirem fotos e obtenham análises instantâneas por meio do ChatGPT ou busquem imagens semelhantes na web, semelhante ao Google Lens. Essa ferramenta expandirá a capacidade da Siri, que anteriormente só identificava itens como plantas e pontos turísticos.

A Apple garantiu privacidade nas interações com o ChatGPT, afirmando que as solicitações são processadas apenas para fornecer as respostas, sem armazenamento de histórico ou uso para treinar o modelo de IA, a menos que o usuário opte por se conectar à conta OpenAI.

No entanto, as limitações dos chatbots ainda existem: o ChatGPT pode “alucinar” detalhes, criando informações incorretas, como títulos de livros inexistentes. Enquanto isso, o concorrente Gemini, da Google, oferece links de fontes para consulta, um recurso que o ChatGPT ainda não exibe de forma tão acessível.

Esses novos recursos são um grande avanço nas capacidades da Siri, e a Apple já planeja atualizações para 2025 que permitirão à Siri interagir diretamente com aplicativos, uma evolução que tornará o assistente virtual ainda mais funcional.

Cidade na França oferece acesso gratuito ao ChatGPT Premium para ajudar idosos a encontrar informações

Os moradores mais velhos de Arcachon, uma cidade no sudoeste da França, agora poderão usar o ChatGPT Premium de forma gratuita. Essa iniciativa foi criada para ajudar a população, que é principalmente composta por idosos, a acessar informações sobre a cidade.

O presidente da Câmara, Yves Foulon, do partido Os Republicanos (LR), anunciou na semana passada que é importante que todos saibam como usar as tecnologias digitais no dia a dia. “Temos pessoas treinadas para ajudar os moradores com questões digitais, e agora decidimos dar um passo à frente ao oferecer acesso gratuito ao ChatGPT para todos”, disse Foulon em um vídeo.

Mais de 60% dos 12.000 habitantes da cidade têm mais de 60 anos. O presidente até chamou Arcachon de “a cidade mais velha da França”, durante uma entrevista na TV.

O acesso ao ChatGPT será feito pelo site da cidade, que mostrará exemplos de como o assistente de IA pode ajudar, como encontrar informações do município. O serviço usa a versão mais recente do ChatGPT, chamada GPT-4, que normalmente é oferecida apenas para assinantes pagos, mas foi adaptada para atender as necessidades da cidade.

No dia do lançamento, foram entregues 250 códigos de acesso ao ChatGPT. A cidade, que fica perto de Bordéus, já havia tomado várias medidas para ajudar a população a se familiarizar com o mundo digital, especialmente porque muitos serviços, como a declaração de impostos, agora são online.

No entanto, algumas pessoas nas redes sociais criticaram a escolha de usar uma empresa americana em vez de uma francesa. O custo estimado para oferecer o ChatGPT é de 10.000 euros por ano, conforme Foulon explicou em uma entrevista à rádio pública francesa, em um momento em que o país busca reduzir gastos.

Além disso, as ferramentas de IA, como o ChatGPT, têm sido criticadas por às vezes fornecerem informações incorretas. Para ajudar os moradores a usarem a tecnologia da melhor forma possível, a cidade planeja realizar treinamentos regulares.

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