Por que o governo russo aplicou uma multa histórica ao Google?

Em 2020, o YouTube, plataforma pertencente ao Google, baniu o canal ultranacionalista russo Tsargrad, em conformidade com sanções dos Estados Unidos impostas ao proprietário do canal. Posteriormente, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, outros canais estatais e pró-Kremlin, como Sputnik, NTV e Rússia 24, também foram removidos da plataforma.

Em resposta, um tribunal russo impôs ao Google uma multa de 2 undecilhões de rublos, equivalentes a 20 decilhões de dólares, valor que excede todo o dinheiro existente no mundo. Essa multa resulta de penalidades acumuladas desde 2020, quando o Google bloqueou canais russos no YouTube por violações relacionadas a sanções e regras comerciais.

Em 2022, a divisão russa do Google declarou falência, alegando dívidas superiores a 19 bilhões de rublos, enquanto possuía apenas 3,5 bilhões de rublos em ativos. Além disso, a Rússia processou a empresa em países como Turquia, África do Sul e Espanha, enquanto o Google recorreu no Reino Unido contra os proprietários dos canais afetados.

Especialistas consideram a multa estipulada na Rússia como impossível de ser paga, dado seu valor astronômico. Embora os serviços gratuitos do Google continuem operando, sua entidade legal na Rússia pediu falência em 2022, deixando o governo russo com poucas opções para recuperar o valor estipulado.

Em agosto de 2024, a Rússia confiscou mais de US$ 100 milhões das contas bancárias do Google para financiar canais de propaganda estatais, como RT e Tsargrad, que apoiam o esforço de guerra do presidente Vladimir Putin.

A situação destaca as tensões contínuas entre grandes empresas de tecnologia e governos em relação ao controle de conteúdo e cumprimento de sanções internacionais.

Como identificar vídeos feitos com IA?

Com a tecnologia de IA evoluindo rapidamente, a identificação de vídeos gerados por IA tornou-se mais desafiadora. Antigamente, sinais de vídeos gerados por IA, como rostos deformados e objetos distorcidos, eram mais evidentes. Hoje, ferramentas sofisticadas podem criar vídeos realistas com poucos cliques, exigindo uma análise mais detalhada para detectar manipulações.

Tipos de Vídeos de IA

  1. Vídeos de impostores (deepfakes): utilizam substituição de rosto e sincronização labial, onde o rosto de uma pessoa é trocado por outro ou a boca é manipulada para parecer que está falando algo que não disse. Lembre-se dos deepfakes de Tom Cruise que se tornaram virais por serem tão convincentes. Hoje, há aplicativos capazes de fazer o mesmo, até com áudios encontrados online, como mostrado pela Microsoft.
  2. Vídeos gerados por modelos de difusão de texto-para-imagem: são criações feitas a partir de prompts textuais. A OpenAI impressionou com o anúncio de Sora, seu gerador de vídeos de IA, embora ainda esteja em fase de desenvolvimento. O potencial dessa tecnologia é vasto, mas os vídeos ainda apresentam inconsistências e são curtos devido às limitações atuais.

Dicas para Identificação

  • Preste atenção nos detalhes faciais: busque artefatos em torno do rosto, especialmente durante movimentos inclinados.
  • Observe os movimentos corporais: veja se no vídeo as pessoas não estão sempre com braços rígidos ou pouca movimentação.
  • Foque na boca e nos dentes: dentes com formatos irregulares ou uma quantidade que muda durante o vídeo são indicadores, como ressaltado por Siwei Lyu.
  • Verifique o fundo e o ambiente: mudanças impossíveis, como um edifício que de repente ganha um andar, podem indicar um vídeo de IA.
  • Desconfie de vídeos curtos: vídeos com cerca de 10 segundos podem ser resultado de limitações da tecnologia.

Importância da Alfabetização em IA

Siwei Lyu, diretor do Media Forensic Lab da Universidade de Buffalo SUNY, enfatiza que é mais importante desenvolver uma conscientização de que um conteúdo pode ser gerado por IA do que se fixar em pistas específicas. Com o avanço da tecnologia, os artefatos que antes eram indicadores confiáveis vão sendo corrigidos, como foi o caso do padrão de piscada em vídeos falsos.

Aruna Sankaranarayanan, pesquisadora do MIT, destacou a dificuldade de desmentir deepfakes de figuras menos conhecidas, que podem distorcer informações e serem difíceis de desmentir. A alfabetização em IA pode levar as pessoas a tomarem ações como verificar quem compartilhou o vídeo e buscar múltiplas fontes para confirmação, como recomendado por Farid ao analisar imagens falsas de furacões.

Ser cético em relação a conteúdos de redes sociais é essencial. Lyu recomenda verificar fontes adicionais e usar sites como Snopes e Politifact para desmentir desinformações (ambos mais efetivos para informações globais e em língua inglesa). Desenvolver o hábito de pensar criticamente e buscar múltiplas perspectivas ajudará a navegar de forma mais segura em um mundo digital cada vez mais permeado por vídeos gerados por IA.

Atualização de IA para Alexa é adiada para 2025

A Amazon pode estar enfrentando desafios com as prometidas melhorias de IA para a Alexa. Segundo um relatório da Bloomberg, a assistente de voz, que deveria receber uma grande atualização de IA ainda este ano, terá esse upgrade adiado para 2025.

O objetivo das melhorias é tornar a Alexa mais inteligente, mais conversacional e capaz de realizar novas funções. No entanto, a realidade dos testes beta sugere outra história.

Entre os problemas relatados, os usuários beta mencionaram respostas longas e desconexas, falhas de relevância em relação às perguntas originais e até alucinações. Outro problema notável foi a inconsistência no funcionamento com dispositivos inteligentes conectados, como interruptores de luz.

Embora a Amazon não tenha confirmado oficialmente o adiamento, o acesso beta foi desativado, impedindo que os usuários testassem a versão mais conversacional da Alexa. Com isso, a expectativa é que a nova versão só esteja disponível em 2025.

Google expande o controle de Google Home com nova extensão no app Gemini

A Google está integrando uma extensão do Google Home ao aplicativo Gemini, permitindo que os usuários controlem seus dispositivos inteligentes enquanto interagem com o assistente de IA. A atualização, disponível para usuários Android no programa de pré-visualização pública do Google Home, permite comandos de linguagem natural, como “Prepare a sala de jantar para uma noite romântica” para ajustar a iluminação, ou “Ajude a limpar a cozinha” para ligar o aspirador.

Anteriormente, ao tentar controlar a casa inteligente pelo app Gemini, ele abria o Google Assistant. Agora, com a extensão do Google Home, os usuários podem controlar luzes, climatização, persianas, TVs, alto-falantes e mais diretamente pelo Gemini.

Contudo, nem todos os dispositivos inteligentes são suportados. Para dispositivos de segurança, como câmeras, fechaduras, portões e portas, a extensão direciona os usuários para o app Google Home. Além disso, a nova funcionalidade não executa rotinas.

Enquanto isso, a Amazon está trabalhando em comandos de linguagem natural para a Alexa e já lançou uma prévia com alguns elementos dessa atualização, mas uma reformulação completa deve ocorrer apenas no próximo ano. A Apple, por outro lado, planeja melhorias no Siri com a Apple Intelligence, mas ainda não integrou o assistente a funções de casa inteligente.

Para acessar a nova extensão do Google Home, é necessário participar do programa de pré-visualização pública do Google Home e utilizar o recurso em inglês. Os usuários devem fazer login no app Gemini com a mesma conta do Google Home e podem pedir ações específicas, como “ligue as luzes da sala de estar.” Se a extensão não for usada automaticamente, pode ser necessário incluir “@Google Home” no comando.

WhatsApp lança novo recurso que permite organizar conversas

O WhatsApp adicionou mais uma ferramenta para organizar suas conversas: a possibilidade de criar categorias personalizadas, chamadas Listas. Essa novidade visa facilitar a localização de conversas específicas, permitindo aos usuários separar chats por temas, como família ou colegas de trabalho.

As listas serão exibidas no topo da aba de conversas, junto com os filtros “Todos”, “Não lidos” e “Grupos”, introduzidos anteriormente neste ano. Para criar uma lista, basta tocar no ícone “+” na barra de filtros, inserir um nome e selecionar as conversas a serem adicionadas, incluindo tanto grupos quanto chats individuais. Se você tiver várias listas, poderá deslizar horizontalmente na barra de filtros para vê-las.

Organizador de conversas do WhatsApp: recurso se assemelha aos marcadores já presentes em aplicativos de e-mails.

A nova funcionalidade começou a ser disponibilizada ontem e já está visível na versão Android do app. Caso ainda não veja a opção, o WhatsApp garantiu que ela estará disponível para todos os usuários nas próximas semanas.

Tidal anuncia novas leva de demissões

Tidal, plataforma de streaming de música, confirmou mais demissões nesta semana. Em comunicado à Fortune, um porta-voz da empresa, que preferiu não se identificar, mencionou “a eliminação de algumas funções em equipes de negócios e design.”

Na quarta-feira, a Fortune divulgou um memorando vazado de Jack Dorsey, CEO da Block, empresa-mãe da Tidal, afirmando que a companhia iria “se separar de alguns membros da equipe”. Dorsey explicou que haveria uma redução no tamanho da equipe de design e nas funções de suporte, com a possibilidade de cortes na engenharia nas próximas semanas, conforme houvesse mais clareza sobre a liderança futura.

Fontes informaram à Fortune que cerca de 100 funcionários podem ainda ser afetados, representando aproximadamente um quarto da equipe remanescente. Em dezembro passado, a Tidal já havia cortado 10% de seu quadro, e Dorsey considerou uma grande reorganização na Block em julho.

Este ano, a Tidal unificou seus planos de música de alta fidelidade em uma assinatura de $10,99/mês, reduzindo o preço do plano mais caro. Além disso, o formato FLAC passou a ser padrão para áudio estéreo, e a plataforma adicionou suporte ao Dolby Atmos para uma experiência de som imersiva.

Claude, Perplexity e ChatGPT: movimentos da semana mostram expansão de apps para Mac no mundo da IA

A última semana trouxe novidades importantes para os usuários de IA em Macs. A Anthropic lançou um aplicativo desktop para o chatbot Claude, e a Perplexity introduziu um app nativo para seu serviço de busca por IA. Além disso, a OpenAI atualizou seu app do ChatGPT para Mac, agora com suporte ao recurso de voz avançada.

Assim como o app do ChatGPT, lançado há algumas semanas, o novo app da Perplexity inclui um atalho de teclado para inserir consultas de qualquer lugar na área de trabalho. Esse app permite que os usuários façam perguntas adicionais e mantenham uma conversa baseada nos resultados obtidos. O download e o uso do app são gratuitos, mas a Perplexity oferece assinaturas para usuários mais intensivos.

Embora o foco em busca da Perplexity a tenha mantido separada da concorrência direta com o ChatGPT da OpenAI, essa distinção diminuiu com o lançamento do SearchGPT, uma variante voltada para buscas. No entanto, o SearchGPT ainda não está disponível no app desktop da OpenAI.

O app Claude da Anthropic é um concorrente mais direto do ChatGPT, com funcionalidades semelhantes, mas com vantagens específicas, como suporte em desenvolvimento de software. O aplicativo também é gratuito para download e está em versão beta, mas, assim como os concorrentes, a Anthropic cobra por uso mais avançado.

Diferente do lançamento do app do ChatGPT, que inicialmente não incluiu uma versão para Windows, a Anthropic adotou uma abordagem simultânea ao lançar seus apps para Mac e Windows ao mesmo tempo.

Anteriormente, todos esses serviços ofereciam apps para dispositivos móveis e versões web, mas os aplicativos nativos para desktop eram raros.

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