Eleição de Trump deve afetar o mercado de inteligência artificial

Na manhã de quarta-feira, Donald Trump foi declarado vencedor da eleição presidencial dos EUA, preparando o cenário para mudanças significativas na política federal de IA ao assumir o cargo no próximo ano.

Entre suas intenções está a desarticulação imediata da ordem executiva sobre IA estabelecida por Biden em outubro de 2023. Biden criou uma supervisão abrangente do desenvolvimento de IA, incluindo a criação do Instituto de Segurança de IA dos EUA (AISI). Ela exige que empresas apresentem relatórios sobre metodologias de treinamento e medidas de segurança, incluindo dados de testes de vulnerabilidade. Além disso, a ordem atual orienta o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) do Departamento de Comércio a desenvolver diretrizes para ajudar as empresas a identificar e corrigir falhas em seus modelos de IA .

Apoiadores de Trump, como a deputada Nancy Mace e o senador Ted Cruz, têm criticado essas medidas. Em março, Mace alertou que os requisitos de relatórios podem desestimular a inovação e impedir desenvolvimentos como o ChatGPT. Cruz caracterizou os padrões de segurança de IA do NIST como uma tentativa de “controle por normas progressistas” .

Impacto Comercial e Outros Efeitos

As propostas de Trump incluem uma tarifa de 10% sobre todas as importações dos EUA e uma tarifa de 60% sobre produtos chineses, o que poderia dificultar o acesso da indústria de IA a tecnologias essenciais, especialmente GPUs, fundamentais para treinamento e execução de seu trabalho. Também é possível que Trump intensifique o controle de exportações de chips e modelos de IA para a China .

Outras propostas de Trump incluem a restrição a vistos H-1B e a expansão do desenvolvimento de petróleo e gás, medidas que se aplicadas poderiam impactar a capacidade de empresas de IA de recrutar talentos e acessar recursos computacionais .

Caso Trump realmente remova a regulamentação federal de IA, os governos estaduais estadunidenses poderão preencher essas lacunas regulatórias, como é comum nos Estados Unidos. Por exemplo, Tennessee, Colorado e Califórnia já adotaram medidas para regular IA, incluindo proteção contra clonagem de voz e regulamentações contra deepfakes, mostrando que os estados podem adotar políticas próprias caso a regulamentação federal seja desfeita. Em efeito cascata, países pelo mundo que também são impactados pelas tecnologias estadunidenses enfrentariam a necessidade de implementarem leis que ofereçam o mínimo de proteção às pessoas, o que poderia levar tempo e gerar um status de insegurança em primeiro momento.

Por fim, as fronteiras nem sempre precisas entre o pessoal e o institucional, marca do primeiro governo Trump, poderiam gerar desequilíbrio de mercado, com empresas gerenciadas por seus apoiadores conseguindo mais livre acesso ao lobby presidencial em busca de condições exclusivas de atuação. Elon Musk, que apoiou Trump na eleição, por exemplo, tem projetos na área de IA e tem perdido espaço de mercado, podendo agora utilizar de suas relações para recuperar terreno.

Atualização de IA para Alexa é adiada para 2025

A Amazon pode estar enfrentando desafios com as prometidas melhorias de IA para a Alexa. Segundo um relatório da Bloomberg, a assistente de voz, que deveria receber uma grande atualização de IA ainda este ano, terá esse upgrade adiado para 2025.

O objetivo das melhorias é tornar a Alexa mais inteligente, mais conversacional e capaz de realizar novas funções. No entanto, a realidade dos testes beta sugere outra história.

Entre os problemas relatados, os usuários beta mencionaram respostas longas e desconexas, falhas de relevância em relação às perguntas originais e até alucinações. Outro problema notável foi a inconsistência no funcionamento com dispositivos inteligentes conectados, como interruptores de luz.

Embora a Amazon não tenha confirmado oficialmente o adiamento, o acesso beta foi desativado, impedindo que os usuários testassem a versão mais conversacional da Alexa. Com isso, a expectativa é que a nova versão só esteja disponível em 2025.

Google expande o controle de Google Home com nova extensão no app Gemini

A Google está integrando uma extensão do Google Home ao aplicativo Gemini, permitindo que os usuários controlem seus dispositivos inteligentes enquanto interagem com o assistente de IA. A atualização, disponível para usuários Android no programa de pré-visualização pública do Google Home, permite comandos de linguagem natural, como “Prepare a sala de jantar para uma noite romântica” para ajustar a iluminação, ou “Ajude a limpar a cozinha” para ligar o aspirador.

Anteriormente, ao tentar controlar a casa inteligente pelo app Gemini, ele abria o Google Assistant. Agora, com a extensão do Google Home, os usuários podem controlar luzes, climatização, persianas, TVs, alto-falantes e mais diretamente pelo Gemini.

Contudo, nem todos os dispositivos inteligentes são suportados. Para dispositivos de segurança, como câmeras, fechaduras, portões e portas, a extensão direciona os usuários para o app Google Home. Além disso, a nova funcionalidade não executa rotinas.

Enquanto isso, a Amazon está trabalhando em comandos de linguagem natural para a Alexa e já lançou uma prévia com alguns elementos dessa atualização, mas uma reformulação completa deve ocorrer apenas no próximo ano. A Apple, por outro lado, planeja melhorias no Siri com a Apple Intelligence, mas ainda não integrou o assistente a funções de casa inteligente.

Para acessar a nova extensão do Google Home, é necessário participar do programa de pré-visualização pública do Google Home e utilizar o recurso em inglês. Os usuários devem fazer login no app Gemini com a mesma conta do Google Home e podem pedir ações específicas, como “ligue as luzes da sala de estar.” Se a extensão não for usada automaticamente, pode ser necessário incluir “@Google Home” no comando.

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