Aitana Lopez, influenciadora criada por IA, desafia ética e padrões de beleza no Instagram

Aitana Lopez, uma influenciadora e modelo gerada por inteligência artificial, está revolucionando o mercado publicitário enquanto alimenta discussões sobre ética e padrões de beleza. Criada pela agência espanhola The Clueless, Aitana acumula mais de 330 mil seguidores no Instagram e gera milhares de dólares em contratos com marcas esportivas e de nutrição.

O visual de Aitana Lopez, cuidadosamente projetado para parecer uma jovem saudável apaixonada por fitness, reflete o arquétipo de perfeição hollywoodiana, mas sua existência fictícia tem despertado críticas e preocupações.

A criação de Aitana, apresentada como uma solução inovadora para campanhas publicitárias, demonstra o poder da inteligência artificial generativa. Durante uma sessão de produção acompanhada pela BBC, a agência mostrou como Aitana é inserida em locações reais com poucos cliques, substituindo pessoas reais por sua imagem virtual.

A agência The Clueless tira fotos em uma locação para inserir Aitana posteriormente

O processo envolve a geração de diversas versões de Aitana em diferentes poses e roupas, resultando em conteúdos visualmente realistas que imitam o estilo de vida glamouroso típico de influenciadores.

Embora o perfil da modelo seja rotulado como criação de IA no Instagram, as imagens individuais não trazem essa identificação. Isso levanta questões éticas, especialmente porque Aitana promove produtos relacionados ao bem-estar e à nutrição, sugerindo um estilo de vida que ela, por definição, não vive (aliás, ela não vive, seja adotando qualquer que seja o lifestyle).

A agência argumenta que a prática não é diferente do uso de filtros e retoques por influenciadores humanos, apontando que a publicidade tradicional frequentemente apresenta um ideal de perfeição inatingível.

Por outro lado, críticos como Danae Mercer, influenciadora americana focada no amor-próprio, alertam que modelos como Aitana podem reforçar padrões de beleza irrealistas, especialmente entre adolescentes que podem não perceber que estão interagindo com criações artificiais. Mercer ressalta que essas influenciadoras virtuais são “realistas o suficiente” para enganar, perpetuando comparações prejudiciais e expectativas inalcançáveis.

A discussão se intensifica com o crescente número de modelos gerados por IA no Instagram, muitos dos quais apresentam imagens altamente sexualizadas voltadas para o público masculino. Apesar disso, a The Clueless afirma estar experimentando com modelos mais diversas, mas admite que estas não têm sido tão populares entre seguidores ou marcas.

A ascensão de influenciadoras virtuais como Aitana não apenas transforma o mercado publicitário, mas também desafia nossa percepção de autenticidade e transparência nas redes sociais. Além disso, coloca em cheque a própria ocupação do influencer, que passa a ser substituível por alguns comandos em uma inteligência artificial. Marcas continuarão pagando pela propaganda gerada por influencers se puderem elas próprias criarem seus influenciadores sob medida?

À medida que essa tecnologia evolui, o debate sobre seus impactos éticos e sociais só tende a crescer.

Microsoft investirá R$400 bilhões em data centers para impulsionar inteligência artificial

A Microsoft anunciou planos ambiciosos de investir mais de R$400 bilhões (US$80 bilhões) na construção e expansão de data centers até o final de 2025. Esses investimentos visam fortalecer sua infraestrutura tecnológica, permitindo o desenvolvimento de soluções avançadas de inteligência artificial e expandindo a capacidade de suas operações em nuvem. A declaração foi feita por Brad Smith, presidente da Microsoft, que destacou o papel crucial desses data centers na criação de modelos de IA mais robustos e na oferta de aplicativos que atendam a uma escala global.

Segundo Smith, a maior parte desse investimento será direcionada para os Estados Unidos, refletindo não apenas a confiança da empresa na economia americana, mas também um compromisso estratégico com o país. Em paralelo, ele pediu que o governo americano tome medidas que incentivem a adoção global da tecnologia desenvolvida nos EUA, em um movimento que parece ecoar a competitividade crescente com a China no campo da inteligência artificial.

Além de ressaltar o foco em infraestrutura, Smith reconheceu a importância de parcerias estratégicas, como a colaboração com a OpenAI. A Microsoft já destinou mais de US$10 bilhões à organização responsável pelo ChatGPT, um exemplo claro de como a empresa busca alavancar inovações externas para impulsionar sua própria liderança em IA. Esse movimento reafirma a intenção da Microsoft de não apenas acompanhar, mas liderar a corrida global pela supremacia tecnológica.

CES 2025 começará em Las Vegas com foco em inovação e tendências tecnológicas

A CES (Consumer Electronics Show), a maior feira de tecnologia do mundo, começou nesta terça-feira (7/01) em Las Vegas e durará até o dia 10, organizada pela Consumer Technology Association (CTA). Desde 1967, o evento reúne empresas e líderes da indústria para apresentar inovações que moldam o futuro da tecnologia e definem tendências globais. Este ano, mais de 4.500 empresas estão presentes, mostrando desde dispositivos voltados para consumidores até soluções corporativas de ponta.

Entre os destaques da feira, a inteligência artificial aparece como um dos focos principais. São apresentadas inovações que integram a IA ao cotidiano, como assistentes virtuais mais inteligentes e sistemas de automação residencial, trazendo conveniência e eficiência para as tarefas diárias. Outro setor em evidência é o automotivo, com uma forte presença de carros conectados, veículos elétricos e tecnologias de condução autônoma, refletindo o futuro da mobilidade.

As telas de última geração também ganham espaço, com novidades em displays flexíveis e resoluções impressionantes, que prometem redefinir os padrões de qualidade visual. A sustentabilidade ocupa uma posição central, com produtos que visam reduzir o impacto ambiental, incluindo materiais de construção inovadores capazes de absorver CO2. No campo da saúde, a tecnologia é apresentada como uma aliada indispensável, com soluções de inteligência artificial para diagnósticos médicos e avanços na telemedicina, evidenciando o potencial de melhorar o bem-estar e salvar vidas.

A CES continua sendo um termômetro para o mercado, antecipando movimentos que influenciam a forma como vivemos e trabalhamos. Mais do que um evento, é uma vitrine global de inovações que têm o potencial de transformar nosso futuro.

Samsung pode trazer novas funções de IA para o Galaxy S25

A Samsung parece estar preparando mais recursos baseados em inteligência artificial para seus próximos smartphones top de linha. A informação vem do conhecido vazador Ice Universe, que compartilhou detalhes via X/Twitter e Tech Radar.

O que esperar?

Embora os detalhes sejam escassos, Ice Universe sugeriu que a Samsung pode estar prestes a superar a Apple em inteligência artificial de alguma forma. Ele também indicou que algumas dessas novidades ainda não vazaram, o que pode trazer surpresas durante o lançamento oficial do Galaxy S25, esperado ainda este mês.

Possíveis recursos de IA

Baseando-se em lançamentos anteriores, os novos recursos podem incluir:

  • Fotografia aprimorada: funções de IA para melhorar selfies, criar retratos e editar fotos automaticamente.
  • Geração de texto: ferramentas avançadas para tradução e escrita.
  • Outras inovações inéditas: ainda não reveladas, mas possivelmente relacionadas à personalização ou interatividade do dispositivo.

Histórico de IA nos Galaxy

A última leva de recursos de IA anunciados pela Samsung, no verão passado, incluiu ferramentas como:

  • Transformar selfies em retratos criados por IA.
  • Tradutores de idiomas baseados em aprendizado de máquina.

O que vem a seguir?

Por enquanto, resta esperar por anúncios oficiais ou novos vazamentos. A Samsung continua investindo em IA como diferencial competitivo, e o Galaxy S25 pode marcar um novo salto nessa direção.

2025 promete redefinir a geopolítica da inteligência artificial

O ano de 2025 está prestes a marcar uma virada no debate global sobre inteligência artificial (IA) e geopolítica, à medida que líderes mundiais começam a perceber que a tecnologia não precisa ser uma disputa, mas uma oportunidade de cooperação. Nos últimos anos, o discurso em torno da IA oscilou entre entusiasmo e temor, muitas vezes distorcendo as prioridades políticas e fomentando o chamado nacionalismo tecnológico.

O nacionalismo em IA e suas origens

Desde 2017, quando o presidente chinês Xi Jinping anunciou o plano da China para se tornar uma superpotência em IA até 2030, a tecnologia passou a ocupar o centro das estratégias geopolíticas. A ambição chinesa de liderar a inovação tecnológica gerou uma resposta contundente dos Estados Unidos. Medidas como a Lei CHIPs e Ciência de 2022, que restringe a exportação de semicondutores à China, exemplificam o esforço americano para conter o avanço tecnológico chinês.

Esse clima de disputa se intensificou em 2024, quando o governo Biden emitiu um decreto ampliando as restrições de investimento em IA na China. A narrativa que permeia essas ações retrata a IA como uma arena de competição global, em vez de uma ferramenta para resolver problemas coletivos.

Uma mudança no horizonte

Apesar dessa postura combativa, 2025 deve marcar o início de uma abordagem mais colaborativa. As lições da Guerra Fria mostram que a diplomacia pode transformar disputas tecnológicas em oportunidades de progresso comum.

Durante aquele período, os EUA lideraram esforços para evitar a militarização do espaço, culminando em tratados que garantiram sua utilização para fins pacíficos, algo que oscilou bastante posteriormente, e sobretudo após o fim da União Soviética, quando os EUA puderam deixar de lado algumas boas práticas propostas por ele mesmo. Ainda assim, viveu-se por um período relativa pacificidade em discussões relacionadas ao setor.

O AI Summit de 2025, liderado pelo presidente francês Emmanuel Macron, reflete essa mudança de perspectiva. Macron, que já destacou a importância de soluções práticas e padrões globais em discursos recentes, propõe um debate que vá além das questões de segurança e explore como a IA pode beneficiar a sociedade de forma tangível.

A inclusão como prioridade

Outra peça fundamental dessa transformação é a ação da ONU, ainda que a entidade termine o ano com muito menos prestígio do que tinha quando o ano começou. Reconhecendo que muitos países foram deixados à margem do debate sobre IA, a organização apresentou em 2024 um plano para promover uma abordagem mais inclusiva e global. Essa iniciativa busca garantir que nações com menos recursos tecnológicos tenham voz nas decisões sobre o futuro da IA.

Ao mesmo tempo, EUA e China começaram a explorar uma diplomacia tímida, estabelecendo um canal bilateral de consultas sobre IA. Embora os impactos concretos dessa iniciativa ainda sejam incertos, ela indica um desejo inicial de diálogo entre as maiores potências tecnológicas do mundo.

De uma disputa a um esforço coletivo

Se 2023 e 2024 foram marcados por uma retórica de “corrida armamentista” em torno da IA, 2025 promete reposicionar a tecnologia como um campo de colaboração. O momento é crucial para redefinir a narrativa, passando de uma competição polarizada para uma visão global que valorize a diplomacia e o progresso compartilhado.

Essa mudança não será imediata, nem deverá marcar uma evolução responsável da IA, nem apresentar um panorama global isento de desafios, mas os primeiros passos já estão sendo dados. Em um mundo cada vez mais interconectado, o futuro da inteligência artificial não pode ser moldado por fronteiras, mas por esforços coletivos que garantam seus benefícios para todos.

Os maiores acontecimentos tecnológicos de 2024 segundo a Forbes

O ano de 2024 foi marcado por avanços tecnológicos impressionantes que transformaram áreas como política, saúde, sustentabilidade e exploração espacial. Enquanto essas inovações abriram novas possibilidades, também trouxeram desafios que moldarão o futuro. A revista Forbes destacou os eventos tecnológicos mais relevantes de 2024. Veja a lista abaixo.

Inteligência artificial e eleições democráticas

Em 2024, a inteligência artificial desempenhou um papel central em processos eleitorais globais, como as eleições recordistas na Índia e a presidencial nos Estados Unidos. Equipes de campanha utilizaram IA para análise de eleitores, engajamento em massa e respostas em tempo real. Contudo, essa integração trouxe preocupações, como o uso de deepfakes e desinformação automatizada. Embora tenha ampliado o alcance democrático, a tecnologia também desafiou as autoridades a protegerem a integridade eleitoral.

Conflito na Ucrânia: a guerra mais tecnológica da história

O conflito na Ucrânia consolidou-se como o mais avançado tecnologicamente, empregando drones, cães-robôs e estratégias de guerra cibernética. Ferramentas de reconhecimento facial foram usadas por ONGs para identificar criminosos de guerra, enquanto novos mísseis hipersônicos estrearam no campo de batalha. Este conflito destacou como a tecnologia pode tanto intensificar quanto solucionar crises humanitárias.

Avanços em tecnologias sustentáveis

A crise climática impulsionou inovações em tecnologias de captura de carbono, armazenamento de baterias e refrigeração eletrocalórica, que promete soluções mais eficientes em consumo energético. Esses avanços são passos significativos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e atender à crescente demanda por energia limpa.

Espaço: novos marcos na exploração

A SpaceX realizou um feito impressionante com o pouso bem-sucedido do foguete Starship Super Heavy utilizando a torre “Mechazilla”. Além disso, a Índia se tornou o quarto país a pousar na Lua, juntando-se aos EUA, Rússia e China, destacando a crescente democratização da exploração espacial.

Recordes na computação quântica

A computação quântica avançou significativamente, com o computador H2-1, da Quantinuum, superando o desempenho do Sycamore, do Google, em mais de 100 vezes. Embora ainda esteja longe de aplicações cotidianas, a tecnologia promete revolucionar campos como criptografia e otimização, onde sua velocidade supera em milhões de vezes a capacidade dos computadores clássicos.

Primeira terapia genética contra tumores sólidos

A FDA aprovou o Tecelra, a primeira terapia celular personalizada de células T para tratar tumores sólidos. Demonstrando eficácia em reduzir tumores em 44% dos pacientes nos ensaios clínicos, esse avanço em biotecnologia sinaliza um futuro promissor no combate ao câncer.

O legado de 2024 e o olhar para 2025

Ao longo de 2024, vimos como a tecnologia pode transformar a sociedade de maneiras inimagináveis, desde avanços na saúde até soluções energéticas inovadoras. Contudo, também emergiram desafios éticos, sociais e regulatórios que precisarão ser enfrentados. Com 2025 no horizonte, o ritmo da inovação promete continuar acelerado, indicando que estamos apenas no começo de uma década revolucionária.

Inteligência Artificial identifica mais de 70 mil novos vírus de RNA

Um grupo internacional de pesquisadores utilizou ferramentas de inteligência artificial (IA) para descobrir mais de 70 mil vírus de RNA até então desconhecidos pela ciência. A descoberta foi feita por meio da metagenômica, uma técnica que permite analisar o material genético de amostras ambientais sem a necessidade de isolar ou cultivar os vírus em laboratório.

A vastidão desconhecida dos vírus de RNA

Os vírus de RNA são microrganismos amplamente distribuídos que infectam animais, plantas e até bactérias. No entanto, apenas uma pequena fração deles é conhecida pela ciência. A caracterização desses organismos é essencial, já que alguns vírus podem causar doenças graves em seres humanos. Apesar de esforços anteriores, os métodos tradicionais enfrentam dificuldades para identificar novos vírus devido à alta taxa de evolução desses microrganismos.

Um dos desafios comuns na identificação de vírus de RNA é localizar a seção do genoma que codifica a RNA polimerase dependente de RNA (RdRp), uma proteína crucial para a replicação viral. Sequências muito diferentes das já conhecidas dificultam o reconhecimento por métodos convencionais.

Inteligência Artificial para decifrar o genoma viral

A equipe de pesquisadores adotou uma abordagem inovadora, usando inteligência artificial para superar as limitações existentes. Em um estudo publicado na revista Cell, eles desenvolveram um modelo chamado LucaProt, que combina técnicas avançadas de predição de proteínas com análises genômicas. A ferramenta utilizou o ESMFold, uma tecnologia de predição de estruturas proteicas desenvolvida pela Meta, e incorporou princípios da arquitetura usada em sistemas como o ChatGPT.

O modelo foi treinado para reconhecer as enzimas RdRp em grandes bancos de dados genômicos públicos. Essa abordagem permitiu identificar cerca de 160 mil vírus de RNA, dos quais quase metade nunca havia sido descrita antes.

Implicações e próximos passos

Embora os pesquisadores tenham conseguido identificar uma quantidade impressionante de novos vírus, ainda não foi possível determinar os hospedeiros dessas partículas virais. Uma área de particular interesse é investigar se algum desses vírus infecta arqueias, um domínio da vida para o qual ainda não há vírus de RNA claramente identificados como infectantes.

Esse avanço representa um passo importante na exploração do universo viral e reforça o papel das tecnologias de IA na biologia moderna. No entanto, os cientistas alertam que mais estudos são necessários para compreender o impacto potencial desses novos vírus, incluindo riscos para a saúde humana e animal.

A descoberta destaca como a combinação de big data, IA e biologia molecular pode abrir novas fronteiras na ciência, ajudando a mapear melhor a diversidade biológica e a enfrentar desafios globais de saúde pública.

Comissão Europeia deve reconsiderar regulamentações para impulsionar a competitividade, diz executivo da AXA

A nova Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen enfrenta pressões para revisar radicalmente as leis europeias sobre alterações climáticas, investimentos e regulamentação de dados, afirmou Frédéric de Courtois, diretor-executivo adjunto da AXA, em entrevista à Euronews. A mensagem reflete o descontentamento de setores industriais que veem as regras da União Europeia como barreiras à competitividade global.

Competitividade como prioridade do segundo mandato

Em seu segundo mandato, von der Leyen prometeu priorizar a competitividade, em resposta a dados econômicos que colocam a União Europeia muito atrás dos Estados Unidos em termos de desempenho econômico. Representantes do setor financeiro, como Frédéric de Courtois, já listaram regulamentações que acreditam necessitar de revisão ou até eliminação para impulsionar o crescimento.

Entre elas está a Lei Europeia de Inteligência Artificial (IA), que entrou em vigor neste ano. Este marco regulatório sujeita sistemas de IA de alto risco a regras rigorosas, com multas de até 7% do faturamento anual em caso de violação. Embora tenha sido elogiada pelo ex-Comissário Thierry Breton como um “padrão global de IA confiável”, a legislação tem gerado preocupação no setor empresarial, que a considera excessivamente cautelosa.

Setor de seguros em dúvida sobre a Lei de IA

Frédéric de Courtois destacou que o setor de seguros, onde a IA desempenha um papel crítico, enfrenta dificuldades para implementar as regras da nova lei. “Não faço ideia de como implementar a Lei da IA”, disse o executivo, que também preside o grupo de lobby Insurance Europe. Ele argumenta que princípios gerais seriam mais eficazes do que uma abordagem prescritiva, como o documento atual de 144 páginas.

Para de Courtois, áreas como precificação, processamento de sinistros e subscrição de seguros poderiam se beneficiar da IA, desde que as preocupações sobre viés algorítmico e privacidade fossem tratadas de forma menos restritiva. “Devemos garantir que não regulamentamos antes de inovar”, alertou.

Desafios climáticos e regulamentações financeiras

A simplificação de regulamentações financeiras também é vista como essencial pelo executivo, especialmente aquelas que exigem que as empresas descrevam o impacto ambiental de suas cadeias de suprimentos. Embora reconheça que as mudanças climáticas representam “a maior ameaça que enfrentamos”, de Courtois aponta que a carga regulatória excessiva pode dificultar a inovação e os investimentos necessários para enfrentar este desafio.

As seguradoras, frequentemente expostas a custos elevados decorrentes de eventos climáticos extremos, como inundações, estão particularmente preocupadas com a falta de flexibilidade nas regulamentações atuais. O setor clama por políticas que incentivem a inovação, ao mesmo tempo que enfrentem as questões climáticas de maneira pragmática.

Uma Europa mais ágil?

Pouco antes de ser confirmada para o segundo mandato com 370 votos a favor e 282 contra, von der Leyen comprometeu-se a reduzir o excesso de regulamentações e tornar as leis europeias mais simples e ágeis. Essa promessa poderá determinar o futuro do bloco no cenário global, especialmente em um contexto de crescente competição com economias mais dinâmicas, como a dos Estados Unidos.

Google apresenta Gemini 2.0, sua atualização em inteligência artificial generativa

O Google lançou no início desta semana a sua mais recente atualização no campo da inteligência artificial generativa, o Gemini 2.0, que chega com a promessa de avanços significativos na multimodalidade, permitindo a interpretação e uso de dados em diferentes formatos, como texto, imagens e vídeos.

Sundar Pichai, CEO do Google, destacou a ampliação dos recursos do modelo, que agora inclui a geração nativa de imagens e áudios e a integração de ferramentas voltadas para criar agentes de IA mais sofisticados. “Nosso objetivo está mais próximo: um assistente universal que transforme como interagimos com a tecnologia”, afirmou em comunicado.

O Gemini 2.0 está disponível para desenvolvedores e parceiros selecionados, e sua integração aos produtos do Google, como a Busca, é esperada nos próximos meses.

Principais recursos do Gemini 2.0

Gemini 2.0 Flash

Uma versão experimental do modelo que permite aos usuários criar e editar imagens ou gerar textos em estilos variados. É uma solução voltada para usuários que necessitam de flexibilidade criativa com eficiência.

Projeto Astra

Descrito como um protótipo de pesquisa para um possível “assistente universal de IA”, o Projeto Astra combina imagens, vídeos e voz em uma linha do tempo de eventos. A integração com o Gemini 2.0 promete conversas mais naturais e recuperação de informações eficiente.

Projeto Mariner

Este produto é projetado para compreender e processar informações diretamente da tela do navegador. A proposta é transformá-las em instruções capazes de treinar modelos de IA que auxiliam em tarefas personalizadas.

Projeto Jules

Voltado para desenvolvedores, o Jules é um agente de código experimental que utiliza IA para resolver problemas de programação, incluindo a identificação e solução de bugs e desafios complexos de codificação.

Deep Research

Uma das grandes novidades é a capacidade de realizar pesquisas aprofundadas sobre tópicos complexos. O Deep Research utiliza IA avançada para explorar conteúdos extensos, gerando relatórios detalhados com análises abrangentes.

Futuro da integração com produtos Google

O lançamento do Gemini 2.0 é um marco no desenvolvimento de inteligência artificial pelo Google, marcando sua liderança na corrida por soluções inovadoras e integradas. Nos próximos meses, a tecnologia será gradualmente incorporada a produtos como a Busca e potencialmente estendida a outros serviços da Big Tech.

A atualização reforça a visão do Google em oferecer ferramentas que não apenas aprimorem a produtividade, mas também ampliem as possibilidades criativas e analíticas para indivíduos e empresas.

Criadores podem perder € 22 bilhões com avanço da IA até 2028, aponta estudo da CISAC

Na última quarta-feira, a CISAC (Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores) divulgou um relatório alarmante sobre os impactos da inteligência artificial (IA) no mercado criativo. Segundo o estudo, criadores de música e audiovisual podem enfrentar perdas de receita de 24% e 21%, respectivamente, até 2028, totalizando uma perda acumulada de € 22 bilhões (R$ 139 bilhões) ao longo de cinco anos.

Impacto da IA no mercado criativo

O relatório, produzido em parceria com a consultoria PMP Strategy, destaca dois fatores principais que ameaçam os criadores:

  1. Uso não autorizado de obras por IA generativa: modelos de IA estão utilizando conteúdo humano sem remuneração, comprometendo a fonte de receita dos criadores.
  2. Concorrência com conteúdo gerado por IA: obras criadas por inteligência artificial competem diretamente com criações humanas, reduzindo as oportunidades de mercado para artistas.

Segundo a CISAC, o mercado de conteúdo gerado por IA crescerá significativamente, saltando de € 3 bilhões (R$ 18 bilhões) em 2023 para € 64 bilhões (R$ 405 bilhões) em 2028. No entanto, boa parte desse crescimento ocorre às custas da reprodução não licenciada de obras humanas.

Ameaças ao mercado musical e audiovisual

O impacto será particularmente grave para a indústria musical. A CISAC estima que até 2028, 20% das receitas das plataformas de streaming de música serão provenientes de conteúdos gerados por IA, enquanto 60% das bibliotecas de música dessas plataformas já poderão ser compostas por obras criadas por inteligência artificial.

No setor audiovisual, tradutores e adaptadores para dublagem e legendas serão os mais afetados, com um risco de perda de 56% em suas arrecadações. Roteiristas e diretores também enfrentarão cortes significativos, com uma redução salarial projetada entre 15% e 20%.

Chamado por regulamentação

Björn Ulvaeus, presidente da CISAC, enfatizou no relatório a necessidade de regulamentação eficaz para proteger os criadores humanos:

“A IA tem o poder de desbloquear novas e emocionantes oportunidades, mas devemos aceitar que, se mal regulamentada, a tecnologia também pode causar grandes danos aos criadores humanos, às suas carreiras e meios de subsistência.”

A confederação pede por um ambiente regulatório que garanta remuneração justa aos artistas cujas obras são usadas para treinar modelos de IA, bem como medidas que protejam a competitividade das produções humanas.

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