Apple lança Apple Intelligence em meio a crescentes preocupações com o consumo energético da IA

A Apple trouxe a tecnologia de IA diretamente para milhões de usuários com o lançamento do Apple Intelligence, que oferece recursos básicos de geração de texto e edição de imagens para dispositivos iPhone, iPad e Mac. Essa introdução ocorre em um momento em que grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, também estão integrando IA em seus produtos, mas enfrentam críticas por seu consumo de energia e impacto ambiental.

A Corrida da IA e Suas Consequências Energéticas

Desde o lançamento do ChatGPT em 2022 pela OpenAI, que impulsionou o interesse e os investimentos em IA, o consumo de energia dos centros de dados disparou. Estudos estimam que o uso de eletricidade por data centers pode aumentar 160% até o fim da década, impactando as emissões de CO2 e a demanda por água. Por exemplo, uma pesquisa indicou que gerar dois e-mails de 200 palavras com o ChatGPT consome a mesma energia que um carro Tesla Model 3 para percorrer uma milha, além de necessitar de resfriamento intensivo.

O Caso da Apple

Diferente de outras empresas, a Apple afirma que processa algumas funcionalidades do Apple Intelligence diretamente nos dispositivos dos usuários, reduzindo a dependência de centros de dados e, potencialmente, o impacto ambiental. Contudo, faltam detalhes sobre quais operações são realizadas no dispositivo e quais são enviadas para servidores da Apple, o que levanta preocupações sobre a transparência.

A Necessidade de Transparência

Pesquisadores, como Sasha Luccioni, destacam a importância de exigir mais informações e responsabilidade das empresas de tecnologia sobre os impactos ambientais de suas soluções de IA. Enquanto a Apple e outras gigantes da tecnologia continuam a integrar IA em seus produtos, muitos usuários enfrentam um dilema: utilizar a tecnologia sem saber seu real impacto ou tentar evitá-la em um mundo onde a IA está cada vez mais onipresente.

Luccioni conclui: “Não acho que devemos nos sentir culpados, mas sim pedir mais informações e responsabilidade por parte das empresas.”

Meta explora parcerias de IA com o governo dos EUA, Revela Mark Zuckerberg

Durante a chamada de resultados do terceiro trimestre da Meta, o CEO Mark Zuckerberg anunciou que a empresa está “trabalhando com o setor público para adotar o Llama em diferentes partes do governo dos EUA”. A declaração levanta questões cruciais sobre quais setores governamentais utilizarão os modelos de IA da Meta, para que fins e se haverá aplicações militares específicas. Além disso, surge a dúvida se essas parcerias envolvem compensação financeira.

Quando questionada, a porta-voz da Meta, Faith Eischen, revelou que a empresa está colaborando com o Departamento de Estado para explorar como o Llama pode enfrentar desafios como o acesso a água potável e eletricidade confiável, além de apoiar pequenos negócios. Eischen também mencionou interações com o Departamento de Educação para tornar o processo de ajuda financeira mais acessível para estudantes e afirmou que outras conversas estão em andamento. Ela destacou que não há pagamento envolvido nessas parcerias.

A movimentação da Meta ocorre em um contexto interessante. Donald Trump, candidato presidencial, ameaçou prender Zuckerberg, que tem tentado manter uma postura neutra em relação a política. Simultaneamente, outras empresas de IA, como OpenAI e Anthropic, têm colaborado com o governo dos EUA em iniciativas de segurança, enquanto o relacionamento da Google com o Pentágono é amplamente documentado. OpenAI, por exemplo, tem seus modelos utilizados por entidades como a DARPA e o Laboratório Nacional de Los Alamos.

Durante a mesma chamada, Zuckerberg provocou expectativas em torno do próximo modelo do Llama, mencionando que a versão quatro está sendo treinada em um dos maiores clusters já relatados e deve incluir “novas modalidades”, “melhor capacidade de raciocínio” e “performance muito mais rápida”, com lançamento previsto para o próximo ano. Ele também reconheceu que a Meta continuará investindo em IA em 2025, apesar de possíveis preocupações dos investidores, destacando o potencial dessas iniciativas.

A Meta reportou um crescimento contínuo, com receita de $40,5 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 19% em relação ao ano anterior, e um lucro de $17,3 bilhões. A empresa também informou que 3,29 bilhões de pessoas utilizam pelo menos um de seus aplicativos diariamente, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

Microsoft Impressiona com lucros e crescimento em meio a investimentos pesados em IAs

A Microsoft divulgou resultados trimestrais que surpreenderam os investidores e demonstraram a resiliência da empresa, mesmo com altos gastos em inteligência artificial. Durante o trimestre de julho a setembro, a empresa investiu $20 bilhões em despesas de capital, quase o dobro do gasto no mesmo período do ano anterior.

Apesar das preocupações de alguns investidores com os gastos agressivos em IA, enquanto outros os apoiavam, a Microsoft conseguiu satisfazer ambos os grupos. As vendas totais subiram 16% em relação ao ano anterior, atingindo $65,6 bilhões. O lucro também aumentou em 11%, destacando o sucesso da empresa no curto prazo, mesmo com os investimentos de longo prazo em IA.

O principal motor desse crescimento foi a Azure e os serviços em nuvem, que tiveram um aumento de 33% na receita, com 12% desse crescimento atribuído a produtos e serviços relacionados à IA.

No setor de jogos, a Microsoft desafiou a percepção de que o hardware é essencial, com um aumento de 61% na receita de conteúdos e serviços do Xbox, apesar da queda de 29% nas vendas de hardware. A empresa tem se afastado da estratégia tradicional de manter software e serviços exclusivos para seu próprio hardware, lançando jogos como Sea of Thieves também para o concorrente PlayStation 5 da Sony. Esta abordagem inovadora se destaca em um mercado onde o PlayStation continua líder em vendas e base instalada.

No entanto, é importante notar que o salto de 61% na receita de conteúdos e serviços não se deve apenas ao crescimento do serviço de assinatura Game Pass. A Microsoft atribuiu 53 pontos percentuais desse aumento à recente aquisição da Activision, concluída por $69 bilhões.

Como usuários o X/Twitter estão ficando milionários publicando notícias falsas

A BBC revelou, em uma reportagem publicada nesta terça-feira (29), como grupos de usuários do X, antigo Twitter, estão explorando falhas no sistema de monetização da plataforma para lucrar com a divulgação de notícias falsas.

Desde o lançamento do programa de monetização em julho de 2023, os usuários recebiam recompensas baseadas no alcance de suas postagens. Em outubro de 2024, as regras mudaram, passando a remunerar interações feitas por assinantes do X Premium.

Alguns usuários de contas monetizadas criaram um esquema coordenado para impulsionar as postagens uns dos outros, utilizando fóruns e aplicativos de mensagens para planejar a estratégia. Esse impulsionamento também envolve a disseminação de conteúdos falsos, incluindo posts que apoiam candidaturas como as de Donald Trump e Kamala Harris para as eleições de 2024 nos EUA. Embora essas contas não estejam oficialmente ligadas às campanhas, já teriam sido procuradas para divulgações pagas.

As publicações vão de conteúdos verdadeiros a desinformação e acusações sem fundamento, incluindo alegações de fraude eleitoral e acusações sérias contra candidatos, como pedofilia e abuso sexual.

O dono do perfil Freedom Uncut, um participante desse esquema, contou à BBC que fatura milhares de dólares por mês com suas postagens, que ele define como sátiras, afirmando ser apartidário, mas favorável à eleição de Trump. Ele admite que suas postagens, muitas vezes acompanhadas de imagens geradas por IA, são provocativas e “baseadas em alguma versão da realidade”.

Outro exemplo citado é a conta Brow Eyed Susan, que apoia abertamente Kamala Harris e compartilha um volume alto de publicações diariamente.

Atualmente, o X não monitora diretamente o conteúdo monetizado, ao contrário de plataformas como o YouTube. No entanto, posts podem ser desmonetizados se forem corrigidos pelas Notas da Comunidade, o que significa que conteúdos flagrantemente falsos podem ser impedidos de gerar receita. No entanto, essa moderação depende da ação da própria comunidade.

Essa prática de usar as Notas da Comunidade também levanta preocupações. Há temores de que grupos possam usar esse recurso para desmonetizar publicações legítimas de oponentes, prejudicando a integridade já bastante deteriorada da plataforma.

A criptografia moderna pode cair com a evolução da computação quântica — Mas Não Tão Cedo

A computação quântica, ainda em seus estágios iniciais, promete transformar a segurança digital, ameaçando os pilares da criptografia moderna. Muitos especialistas preveem que essa transformação pode ocorrer nas próximas décadas, mas as previsões ainda variam. Essa incerteza abriu espaço para declarações alarmistas sobre a suposta “queda” iminente da criptografia, usadas tanto por marqueteiros para vender soluções quanto por veículos de imprensa que acabam confundidos.

Em 2023, por exemplo, surgiram rumores de que cientistas estavam à beira de quebrar o RSA — um dos esquemas de criptografia mais amplamente utilizados. Essas alegações foram desmentidas rapidamente, quando se revelou que o estudo se baseava no algoritmo de Schnorr (não confundir com o algoritmo de Shor, verdadeiro protagonista das quebras quânticas), um algoritmo que não trouxe evidências de um avanço real sobre o RSA.

Agora, uma nova onda de pânico tomou conta do debate. O South China Morning Post recentemente reportou que cientistas chineses descobriram uma “ameaça substancial” à criptografia com base em um avanço de ataques quânticos. No entanto, o artigo não incluiu o estudo original, e muitos detalhes foram retirados ou corrigidos posteriormente. A verdadeira pesquisa, publicada na Chinese Journal of Computers, relatava o uso de um sistema de quantum annealing da D-Wave para identificar “distinguidores integrais” em algoritmos de criptografia como PRESENT, GIFT-64 e RECTANGLE — todos com estrutura SPN (rede de substituição-permutação), mas sem relação com o AES ou o RSA.

O Que os Especialistas Têm a Dizer

Embora a pesquisa da D-Wave tenha relevância acadêmica, especialistas apontam que ela não representa uma quebra de algoritmos de criptografia amplamente usados, como o RSA. David Jao, da Universidade de Waterloo, comentou que a pesquisa “apenas desenvolveu uma nova técnica de análise”, mas que em termos práticos, ela não oferece vantagens sobre métodos tradicionais. Da mesma forma, Nadia Heninger, da UCSD, e Xavier Bonnetain, do Instituto Nacional de Pesquisa em Ciência Digital e Tecnologia na França, observaram que os métodos descritos apenas replicam resultados conhecidos por outras técnicas.

A Hype da PQC (Criptografia Pós-Quântica)

O alarde em torno da criptografia pós-quântica tende a inflar as preocupações e exagerar os avanços quânticos. Em relação à criptografia simétrica, como o AES, especialistas concordam que algoritmos de 256 bits devem resistir aos ataques quânticos conhecidos. A verdadeira ameaça de computação quântica contra a criptografia ainda pode estar distante, uma vez que quebrar um único RSA de 2048 bits demandaria cerca de 20 milhões de qubits em superposição por oito horas — números ainda muito além da capacidade atual.

Embora a criptografia esteja destinada a mudar, o colapso de sistemas amplamente usados não está nem perto de acontecer.

Apple surpreende com novo Mac mini M4, mas posicionamento do botão de energia causa estranhamento

O novo Mac mini da Apple é impressionante. Para muitos, é como um sonho de infância: uma máquina compacta de alumínio, silenciosa e com uma potência notável — especialmente quando equipada com o novo chip M4 Pro da Apple.

No entanto, um detalhe no design deste Mac mini chama atenção: ele possui duas portas USB-C e uma entrada para fones de ouvido na frente, além de três portas Thunderbolt, uma entrada Ethernet, uma porta HDMI e um conector de energia na parte traseira. Mas o botão de energia, normalmente fácil de localizar, está em um lugar inusitado: na parte inferior do dispositivo.

Para ligar ou desligar o Mac mini, é necessário levantá-lo e, tateando, encontrar o botão na parte de baixo.

Novo Mac Mini: botão de desligar em um local, digamos, diferente.

Embora o dispositivo não fique totalmente plano na superfície, permitindo o acesso ao botão sem levantá-lo muito, o fato de o Mac mini ser projetado para ficar escondido em uma mesa ou estante pode tornar essa tarefa inconveniente.

Em termos de design, a Apple frequentemente surpreende, e, embora seja um detalhe menor, o botão na parte inferior já está sendo comparado a outras escolhas de design questionáveis, como o Magic Mouse, que é carregado com um plugue localizado na base do mouse. Para alguns, o botão na parte inferior do Mac mini pode ser ainda mais inconveniente, já que ligá-lo e desligá-lo ou forçar uma reinicialização pode ser algo mais frequente do que recarregar o mouse.

É possível que a Apple tenha adotado esse design para otimizar o espaço no Mac mini, que é de fato muito compacto. Ainda assim, o botão de energia poderia ter sido posicionado na parte de trás, frontal ou até mesmo no topo do dispositivo — praticamente qualquer lugar seria mais conveniente do que na base.

Vamos ver se essa escolha se torna algo fácil de acostumar na prática. Em breve, traremos mais detalhes sobre o funcionamento do novo Mac mini.

ChatGPT agora facilita encontrar informações importantes de conversas antigas

Publicado na plataforma X (anteriormente Twitter) na terça-feira, a OpenAI anunciou uma nova ferramenta no ChatGPT que facilitará a busca pelo histórico de conversas. Ao abrir o ChatGPT no navegador, você verá um ícone de lupa no canto superior esquerdo, permitindo pesquisar palavras-chave e frases em suas conversas passadas.

Para usuários do plano Plus e Team, a novidade estará disponível antes. Usuários Enterprise e Edu terão acesso em uma semana, e os usuários do plano gratuito começarão a receber o recurso ao longo do próximo mês.

Ao perguntar para o próprio ChatGPT sobre a nova ferramenta, ele explicou que a funcionalidade foi “desenvolvida para economizar tempo e organizar informações”. Segundo o ChatGPT, a ferramenta permite localizar rapidamente informações de conversas passadas, facilitando a retomada de respostas úteis ou a continuação de discussões anteriores.

Além disso, a AI detalha que a pesquisa de histórico pode ser usada para acompanhar projetos em andamento, estudar e fazer “brainstorming”.

Essa atualização surge após críticas ao ChatGPT sobre o armazenamento de dados de conversas. Em maio, a Mashable relatou que o ChatGPT salvava o histórico de chats dos usuários, mesmo que estes tivessem optado por não compartilhar seus dados para treinar o modelo. Quando questionado sobre o novo recurso de busca no histórico, o ChatGPT afirmou que “somente você (o usuário) tem acesso ao seu histórico de conversas” e que a OpenAI não usa essas conversas para treinamento sem o consentimento explícito do usuário.

Além disso, é possível desativar o histórico de chats nas configurações. Quando desativado, as conversas não serão salvas nem pesquisáveis.

Curiosamente, algumas polêmicas envolvendo o ChatGPT incluem compartilhamento de desinformação em debates eleitorais, possíveis preconceitos contra candidatos com deficiência e exposição de segredos industriais de empresas como a Samsung. Ter acesso a históricos com facilidade pode criar mais desafios para a empresa.

Chrome lança recurso que promete ajudar o navegador a rodar mais rápido

O Google está lançando novos recursos de gerenciamento de memória no Chrome, com o objetivo de ajudar a controlar abas que consomem muitos recursos. As atualizações incluem novos “Alertas de Problemas de Desempenho” e alguns ajustes no modo já existente “Economia de Memória”, que tenta liberar os recursos de abas inativas em segundo plano.

Os novos alertas aparecem quando a ferramenta de Detecção de Desempenho identifica que uma de suas abas está usando mais recursos do que deveria. A notificação surge ao lado da miniatura do seu perfil na barra de ferramentas do Chrome, como um pequeno ícone que lembra um velocímetro. Ao clicar no ícone, uma lista das abas problemáticas será exibida, com a opção de “Descartar” ou “Corrigir agora”.

O verificador de desempenho do Chrome funcionando.

Além disso, o Google atualizou o “Economia de Memória”, um recurso introduzido no Chrome em 2022 que coloca em espera as abas que estão consumindo muitos recursos. Agora, ele oferece três modos: Padrão, Equilibrado e Avançado.

Segundo o Google, o modo Padrão interpreta as necessidades do sistema e gerencia as abas automaticamente; o modo Equilibrado opera com base nas necessidades do sistema e nos seus hábitos de navegação; e o modo Avançado desativa as abas mais rapidamente após você parar de usá-las.

Para acessar as novas configurações, você precisa clicar no menu de três pontos no canto superior direito do Chrome, ir em “Configurações” e clicar na aba “Desempenho” à esquerda. Você verá uma nova opção de “Alertas de Problemas de Desempenho” em Geral e as atualizações do “Economia de Memória” logo abaixo.

Presença da Polestar no mercado estadunidense é ameaçada pelo banimento de softwares chineses

Hoje, os veículos elétricos da Polestar ganharam acesso à rede de Superchargers da Tesla, o que significa que os motoristas da Polestar nos EUA agora têm acesso a mais 17.800 carregadores rápidos DC — desde que adquiram um adaptador NACS, que já pode ser solicitado em qualquer ponto de serviço Polestar local. No entanto, a Polestar enfrenta uma preocupação maior do que expandir suas opções de recarga. Se novas regras propostas para banir softwares e hardwares automotivos conectados de origem chinesa entrarem em vigor, elas, segundo a Polestar, efetivamente baniriam a montadora do mercado americano, incluindo os veículos elétricos fabricados na Carolina do Sul.

As regras propostas proibiriam o uso de softwares automotivos conectados de origem chinesa nos EUA a partir do ano-modelo 2027 (em meados de 2026) e de hardwares chineses a partir do ano-modelo 2030.

O banimento de tecnologia automotiva conectada chinesa é a mais recente de uma série de medidas protecionistas adotadas pelo governo federal e pelo Congresso dos EUA. O novo crédito fiscal para veículos limpos, por exemplo, não se aplica mais a veículos elétricos fabricados na China ou com componentes chineses em suas baterias, e o Departamento de Comércio dos EUA tem pressionado o México a não oferecer incentivos generosos para montadoras chinesas que desejam se estabelecer na região. Desde maio, veículos elétricos feitos na China estão sujeitos a uma tarifa de 100%.

O mercado interno de automóveis da China está estagnado há alguns meses, e o governo chinês há anos subsidia fortemente as exportações da sua indústria automotiva como forma de enfraquecer a concorrência estrangeira em áreas como a tecnologia verde. Veículos elétricos chineses de baixo custo já começaram a ganhar espaço na Europa, e a União Europeia está prestes a impor tarifas de 35,5% sobre os EVs fabricados na China, apesar da oposição de várias montadoras europeias, que temem represálias.

A Polestar manifestou várias preocupações em relação à proposta de banimento. Primeiro, ela argumenta que a definição dos termos é ampla demais e “cria uma incerteza paralisante para as empresas.” A empresa sugere que uma lista mais bem definida de restrições seria útil.

Além disso, a Polestar defende que, “se uma grande parte da fabricação ou do desenvolvimento de software ocorre fora do país de um adversário estrangeiro, a mera posse acionária não deve ser o fator determinante para aplicar as proibições estabelecidas na proposta de regra.” A Polestar é organizada nos EUA e é uma subsidiária de uma companhia pública do Reino Unido, listada na bolsa NASDAQ em Nova York. A sede da empresa fica na Suécia, e sete dos dez membros do conselho são da Europa ou dos EUA. Ela fabrica o SUV Polestar 3 na Carolina do Sul e, a partir do próximo ano, o Polestar 4 será produzido na Coreia do Sul. Dos 2.800 funcionários da Polestar, apenas 280 estão baseados na China.

Com a maioria dos “principais tomadores de decisão” estando na Suécia, a empresa acredita que as preocupações de segurança nacional não se aplicam ao seu caso, sugerindo que o Departamento de Comércio dos EUA deve considerar se foi longe demais na proposta.

Embora a Polestar possa ser a montadora mais afetada pela nova regra, não é a única. No mês passado, o Departamento de Comércio informou à Ford e à General Motors que as importações do Lincoln Nautilus e do Buick Envision — ambos fabricados na China — também teriam que ser interrompidas sob a nova regra.

47% dos conteúdos postados no Medium são escritos por IAs, diz IA Pangram Labs

A avalanche de conteúdo gerado por IA está tomando conta de todas as grandes plataformas onde as pessoas postam online — e o Medium não é exceção.

Com 12 anos de existência, a plataforma de publicação já passou por diversas mudanças ao longo dos anos. Agora, finalmente alcançou uma recuperação financeira, registrando lucro mensal pela primeira vez neste verão. Tony Stubblebine, CEO do Medium, e outros executivos da empresa descrevem a plataforma como “um lar para a escrita humana”. No entanto, há evidências de que blogueiros robôs estão cada vez mais presentes no Medium.

No início deste ano, a WIRED pediu à startup de detecção de IA Pangram Labs para analisar o Medium. A empresa examinou uma amostra de 274.466 postagens recentes ao longo de seis semanas e estimou que mais de 47% delas eram provavelmente geradas por IA. “Isso é um ou dois níveis acima do que vejo no restante da internet”, disse o CEO da Pangram, Max Spero. (A análise da empresa em um dia de sites de notícias globais neste verão encontrou uma média de 7% de conteúdo gerado por IA.)

A presença de conteúdo de IA no Medium tende a ser banal, especialmente se comparada ao conteúdo caótico que inunda plataformas como o Facebook. Em vez de “Shrimp Jesus”, é mais provável que se vejam textos vazios sobre criptomoedas. As tags com maior probabilidade de conter conteúdo gerado por IA incluíam “NFT”—de 5.712 artigos marcados com essa palavra nos últimos meses, a Pangram encontrou 4.492 (cerca de 78%) como provavelmente gerados por IA, além de “web3”, “ethereum”, “IA” e, curiosamente, “pets”.

A WIRED também pediu a uma segunda startup de detecção de IA, a Originality AI, para realizar uma análise própria. Comparando amostras de postagens de 2018 e 2024, a Originality descobriu que, em 2018, apenas 3,4% das postagens eram possivelmente geradas por IA (um número que corresponde à taxa de falso positivo da empresa, já que o uso de IA ainda era raro). Em 2024, de uma amostra de 473 artigos publicados este ano, mais de 40% foram considerados como provavelmente gerados por IA. Ambas as empresas chegaram a conclusões semelhantes sobre o aumento de conteúdo de IA no Medium.

Ao ser contatado pela WIRED sobre essa análise, Stubblebine rejeitou a ideia de que o Medium enfrenta um problema com IA. “Estou questionando a importância dos resultados e também a ideia de que essas empresas descobriram algo relevante”, afirma. Ele não nega o aumento no volume de artigos gerados por IA na plataforma, dizendo que provavelmente o conteúdo desse tipo cresceu dez vezes desde o início do ano. O Medium, segundo ele, é “fortemente contra o conteúdo de IA”. No entanto, ele questiona a eficácia dos detectores de IA, pois acredita que eles não conseguem diferenciar entre conteúdo totalmente gerado por IA e conteúdo onde a IA é usada apenas para esboçar ideias.

A plataforma Medium testou vários detectores de IA e decidiu que não eram eficazes, de acordo com Stubblebine. Além disso, ele acusou a Pangram Labs de tentar “extorquir” a empresa pela imprensa, já que Spero, CEO da Pangram, enviou um e-mail com os resultados da análise solicitada pela WIRED e ofereceu seus serviços ao Medium.

Embora as ferramentas de detecção de IA não sejam perfeitas, elas ainda são úteis para avaliar o aumento de conteúdo gerado por IA em determinadas plataformas e identificar padrões. Segundo Jonathan Bailey, consultor de plágio, “o Medium está no mesmo ponto que o restante da internet. Como o conteúdo de IA é gerado rapidamente, ele está em toda parte.”

Stubblebine acredita que o volume de conteúdo gerado por IA no feed bruto da plataforma não representa o que os leitores do Medium realmente experimentam. A maioria das histórias geradas por IA identificáveis nos feeds brutos para esses tópicos “não tem visualizações”, diz ele. Esse é o objetivo do Medium, que emprega uma combinação de filtros anti-spam e moderação humana para conter o conteúdo de IA. Ele afirma que “o Medium basicamente funciona agora com curadoria humana” e cita os 9.000 editores de publicações no Medium, além da avaliação adicional para as histórias que podem ser “impulsionadas” ou amplamente distribuídas.

Nos últimos meses, o Medium atualizou sua política de IA, adotando uma postura que contrasta com plataformas como LinkedIn e Facebook, que incentivam o uso de IA. No Medium, textos gerados por IA não podem ser colocados atrás do paywall em seu programa Partner, nem receber distribuição mais ampla de curadores humanos em seu programa Boost ou promover links de afiliados. Conteúdos com IA revelada recebem distribuição geral, mas aqueles sem essa revelação são distribuídos apenas para as redes de seguidores do autor.

Alguns escritores e editores no Medium elogiam essa postura. Eric Pierce, fundador da maior publicação de cultura pop no Medium, Fanfare, diz que não vê muitos envios gerados por IA e que a curadoria humana do programa Boost ajuda a destacar o melhor da escrita humana na plataforma. No entanto, outros, como Marcus Musick, editor de várias publicações, sentem que ainda há um número significativo de artigos gerados por IA. Musick relata que rejeita cerca de 80% dos colaboradores potenciais por suspeitar que estejam usando IA.

A moderação de conteúdo e a luta para elevar a qualidade da produção no Medium refletem desafios que a internet como um todo enfrenta. A explosão do uso de IA agravou esses problemas. Enquanto fazendas de cliques e SEO agressivo sempre foram um problema, a IA agora fornece uma maneira rápida para empreendedores obcecados por SEO ressuscitarem sites e plataformas com conteúdo superficial. A teoria do “Internet Morto”, que afirma que grande parte da internet está repleta de bots e conteúdo gerado por IA, pode estar mais próxima de se concretizar, à medida que a IA generativa se torna onipresente e o conteúdo humano autêntico fica cada vez mais difícil de encontrar.

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