Uber se une à WeRide para oferecer robotáxi em Abu Dhabi

A Uber anunciou uma parceria com a empresa chinesa WeRide para lançar serviços de robotáxis em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Essa colaboração marca mais um passo na estratégia da Uber de integrar veículos autônomos à sua plataforma globalmente.

Robotáxis com motoristas de segurança

No início, os robotáxis da WeRide operados pelo aplicativo da Uber contarão com motoristas humanos a bordo para garantir uma experiência segura e confiável tanto para passageiros quanto para pedestres. No entanto, a expectativa é que um serviço totalmente autônomo e comercial seja lançado até o final de 2025.

Os primeiros trajetos incluem conexões entre Saadiyat Island e Yas Island, além de rotas para o Aeroporto Internacional Zayed.

Quem é a WeRide?

A WeRide é uma desenvolvedora de veículos autônomos baseada na China e listada na Nasdaq. A empresa possui autorizações para testes e operações de veículos autônomos em várias localidades, incluindo Dubai, China, Singapura e Estados Unidos, de acordo com informações em seu site.

Expansão estratégica da Uber com veículos autônomos

A Uber já vinha realizando dezenas de milhares de corridas com veículos autônomos por mês nos Estados Unidos antes de expandir o modelo para os Emirados Árabes Unidos. Durante uma conferência de resultados do terceiro trimestre, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, destacou os avanços na estratégia da empresa para veículos autônomos.

“Nossa estratégia de veículos autônomos está funcionando”, afirmou Khosrowshahi, destacando que mais de uma dúzia de empresas do setor já estão colaborando com a Uber. Ele também ressaltou o potencial da empresa em agregar diferentes provedores de veículos autônomos para ampliar seu mercado.

Desafios e oportunidades no mercado de veículos autônomos

Embora a Uber esteja avançando no setor de veículos autônomos, analistas apontam desafios estruturais para o modelo de negócios principal da empresa. A Waymo, da Alphabet, foi citada como um parceiro estratégico e também como uma potencial concorrente nos Estados Unidos.

O analista James Cordwell, da Redburn Atlantic, destacou em nota que a autonomia pode ampliar significativamente o mercado de mobilidade, posicionando a Uber como uma agregadora central para provedores de veículos autônomos. A empresa mantém uma recomendação de compra para as ações da Uber, com uma meta de preço de US$ 90 para o final de 2025.

Ciberataque à Agência Tributária Espanhola: o que sabemos e como se proteger

Um possível ataque informático contra a Agência Tributária Espanhola (AEAT) trouxe à tona preocupações sobre segurança cibernética. Segundo relatos, o grupo de hackers conhecido como Trinity teria comprometido 560GB de dados confidenciais, exigindo um resgate de 36 milhões de euros. Enquanto a AEAT nega a existência de evidências de encriptação ou vazamento de dados, o caso gera questionamentos sobre a preparação das instituições públicas para lidar com ameaças cibernéticas.

O ataque e a ameaça de ransomware

O suposto ataque utilizou um ransomware, ferramenta que encripta dados e exige resgate para liberá-los. Daniel Pérez Asensio, engenheiro de cibersegurança consultado pelo portal Euronews, explicou em entrevista que, nesses casos, pagar o resgate não garante a recuperação ou proteção contra vazamentos. O grupo Trinity, responsável por outros ataques no passado, ameaça divulgar os dados capturados caso o pagamento não seja realizado até 31 de dezembro.

Apesar das alegações, a AEAT, em declarações ao portal Newtral, afirmou que não encontrou evidências que confirmem o ataque. Especialistas alertam, no entanto, que mesmo instituições conectadas a redes seguras, como a rede Sara utilizada na administração pública espanhola, podem apresentar vulnerabilidades.

Trinity e o impacto do ransomware

O ransomware Trinity surgiu em maio de 2024 e é especialmente perigoso por bloquear o acesso aos dados das vítimas, deixando organizações e indivíduos sem controle sobre suas próprias informações. Segundo Pérez Asensio, ataques como esses reforçam a necessidade de planos de backup eficazes e estratégias robustas de cibersegurança.

Além disso, o especialista aponta que a eficácia da resposta institucional está diretamente ligada à adequação aos regulamentos europeus e nacionais, como a diretiva NIS2 e o Sistema Nacional de Cibersegurança. Essas normas buscam estabelecer padrões comuns para avaliar a maturidade e a resiliência cibernética de instituições e empresas.

Como se proteger contra ransomware

Embora instituições públicas e grandes empresas sejam os principais alvos, cidadãos também podem ser vítimas de ransomware. Algumas boas práticas recomendadas incluem:

  • Evitar downloads de fontes não confiáveis: programas de origem duvidosa frequentemente contêm malware.
  • Desconfie de links suspeitos: navegar na web exige cautela para não clicar em links que possam comprometer sua segurança.
  • Manter backups regulares: garantir uma cópia segura dos seus dados pode ser a única maneira de restaurá-los em caso de ataque.

Pérez Asensio enfatiza que o bom senso é essencial para evitar ataques no dia a dia. Estar atento a possíveis sinais de comprometimento é uma prática indispensável.

Outros ciberataques em instituições espanholas

Este não é o primeiro caso de ciberataque envolvendo instituições espanholas. Em 2023, a Direção-Geral de Viação enfrentou um ataque que afetou seus serviços digitais temporariamente. Em 2022, o Serviço Público de Emprego Estatal sofreu um incidente semelhante, interrompendo sistemas e impactando milhares de cidadãos.

Esses episódios destacam que nenhuma instituição está completamente imune a ameaças cibernéticas. A prevenção, combinada com respostas rápidas, é essencial para minimizar os danos causados por ataques.

O caso da AEAT reforça a importância da conscientização e do investimento em segurança cibernética, especialmente em um cenário onde a sofisticação dos ataques aumenta continuamente.

Amazon realiza primeiro teste de entregas com drones na Itália

Em comunicado à imprensa realizado na semana passada, a Amazon anunciou a conclusão bem-sucedida de um teste inicial de entregas com drones na Itália, tornando o país o primeiro na Europa a receber essa iniciativa. O teste ocorreu na cidade de San Salvo, localizada na região central de Abruzzo, no dia 4 de dezembro.

Avanço no uso de drones na Europa

Este marco faz parte dos planos da Amazon de lançar seu serviço de entregas com drones, chamado Prime Air, na Itália e no Reino Unido até o final de 2024. A empresa afirmou que está colaborando com autoridades italianas para atender a todos os requisitos regulatórios antes de iniciar o serviço comercial no próximo ano.

No Reino Unido, o órgão regulador de aviação selecionou em agosto seis projetos para testar o uso de drones em diferentes setores, incluindo entregas, inspeção de infraestrutura e serviços de emergência. Um desses projetos inclui a participação da Amazon.

Prime Air: expansão global

O serviço Prime Air foi lançado pela primeira vez em dezembro de 2022 e atualmente está em operação em locais selecionados nos estados norte-americanos do Texas e do Arizona. Segundo a Amazon, a expansão do serviço ocorrerá gradualmente, incluindo novos países como parte da estratégia de crescimento.

O drone usado no teste italiano foi o modelo MK-30, uma versão avançada e automatizada que integra o sistema de visão computacional da Amazon. Este sistema permite que os drones detectem e evitem obstáculos com segurança, preservando a integridade de pessoas, animais e propriedades, além de garantir a separação de outras aeronaves durante as operações.

Implicações para o futuro da logística

O sucesso deste teste reforça o compromisso da Amazon em inovar no setor de logística, oferecendo soluções mais rápidas e eficientes para os consumidores. O uso de drones representa um passo significativo na automação de entregas, prometendo reduzir custos e tempos de espera, além de diminuir o impacto ambiental com o uso de tecnologias mais sustentáveis.

Com o lançamento planejado para 2025, a Amazon se posiciona como uma das pioneiras na implementação de drones para entregas em larga escala, não apenas nos Estados Unidos, mas também no cenário europeu.

Banimento do TikTok nos EUA encerra mais uma etapa decisiva com derrota da empresa chinesa

A batalha do TikTok para impedir seu banimento nos Estados Unidos enfrentou mais um desafio significativo. Nesta sexta-feira, um painel de apelação federal manteve a decisão de uma lei do governo Biden que exige que a ByteDance, empresa-mãe chinesa do TikTok, venda o aplicativo ou enfrente a proibição no país. O prazo, que já está se aproximando, deve ser cumprido um dia antes da posse do presidente eleito Donald Trump.

Caso o processo avance como previsto, lojas de aplicativos como Apple e Google, além de empresas de hospedagem na internet, serão obrigadas a interromper a distribuição e atualização do TikTok, enfrentando penalidades caso descumpram a determinação.

A TikTok argumenta que a lei viola os direitos da Primeira Emenda, que protege a liberdade de expressão. Organizações como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) reforçam essa posição, chamando a decisão de um precedente perigoso para os direitos civis.

Patrick Toomey, diretor adjunto do Projeto de Segurança Nacional da ACLU, afirmou:
“Proibir o TikTok viola flagrantemente os direitos da Primeira Emenda de milhões de americanos que usam o aplicativo para se expressar e se conectar com pessoas ao redor do mundo.”

A decisão judicial

O tribunal não aceitou o argumento de violação da Primeira Emenda. Na opinião do juiz Douglas Ginsburg:

“A Primeira Emenda existe para proteger a liberdade de expressão nos Estados Unidos. Aqui, o Governo agiu unicamente para proteger essa liberdade de uma nação adversária estrangeira e para limitar a capacidade desse adversário de coletar dados sobre pessoas nos EUA.”

A TikTok pretende recorrer da decisão à Suprema Corte, embora ainda não seja certo se o tribunal aceitará o caso. A empresa se mostra confiante: “A Suprema Corte tem um histórico estabelecido de proteger o direito dos americanos à liberdade de expressão, e esperamos que faça o mesmo neste importante caso constitucional.”

Histórico do TikTok na justiça estadunidense

A disputa jurídica em torno do TikTok nos EUA começou em 2019, com uma série de projetos de lei que tentavam restringir o alcance do aplicativo. O argumento central é o risco de segurança nacional, uma vez que a ByteDance está sujeita às leis de inteligência da China, que, teoricamente, poderiam obrigá-la a compartilhar dados com o governo chinês. O TikTok nega consistentemente essas alegações.

Além disso, a recente decisão tem impactos no mercado financeiro. A notícia fez com que as ações da Meta, concorrente direta do TikTok, subissem 2,4%, destacando as ramificações econômicas e estratégicas da possível proibição.

OpenAI firma parceria com empresa de tecnologia militar

A OpenAI anunciou sua primeira grande parceria no setor de defesa, colaborando com a Anduril Industries, uma startup de tecnologia militar fundada por Palmer Lucky, cofundador da Oculus VR. A parceria estratégica busca integrar os modelos de IA da OpenAI aos sistemas da Anduril, com o objetivo de melhorar a análise de dados sensíveis, reduzir a carga de operadores humanos e aprimorar a conscientização situacional. Essa aliança posiciona a OpenAI mais perto de colaborações diretas com o Departamento de Defesa dos EUA.

A Anduril é conhecida por fornecer tecnologias militares, como drones, submarinos autônomos e sistemas anti-drone. A startup já conquistou contratos substanciais com o governo, incluindo um projeto para desenvolver jatos de combate não tripulados e um contrato de US$ 100 milhões com o Escritório de Inteligência Digital e IA do Pentágono.

Sam Altman, CEO da OpenAI, reforçou que a parceria está alinhada com os valores democráticos e o objetivo de proteger cidadãos americanos:

“A OpenAI constrói IA para beneficiar o maior número possível de pessoas e apoia esforços liderados pelos EUA para garantir que a tecnologia mantenha os valores democráticos. Nossa parceria com a Anduril ajudará a proteger o pessoal militar americano e permitirá que a comunidade de segurança nacional use essa tecnologia de forma responsável.”

Mudança de política e contexto

A OpenAI fez mudanças significativas em sua política em janeiro de 2024, removendo uma cláusula que bania o uso de suas tecnologias para fins militares ou que envolvessem riscos de danos físicos. Essa alteração abriu caminho para projetos como a parceria com a Anduril. A política atual ainda proíbe o uso de suas ferramentas para ferir pessoas, desenvolver armas ou destruir propriedades, mas permite aplicações relacionadas à segurança nacional.

O Crescimento da IA no setor de defesa

A OpenAI não está sozinha nesse movimento em direção a aplicações militares. Outras empresas de IA também estão investindo no setor de defesa. Anthropic e Palantir uma parceria com a Amazon Web Services para fornecer modelos de IA para operações de defesa e inteligência. Rumores indicam que Shyam Shankir, CTO da Palantir, pode liderar a área de engenharia e pesquisa do Pentágono na nova administração de Donald Trump.

X / Twitter alega ser proprietário de todas as contas presentes em sua plataforma

A rede social X / Twitter está no centro de uma controvérsia jurídica após alegar, em uma ação judicial, ser a “dona única” de todas as contas na plataforma. O caso envolve a venda do Infowars, um veículo de extrema-direita associado a teorias da conspiração, que incluiria a transferência de contas da rede social para novos proprietários.

A declaração de propriedade das contas pelo X causou surpresa, pois a plataforma raramente intervém em negociações externas que envolvem a transferência de perfis de redes sociais durante mudanças de controle corporativo. Contudo, o caso ganhou relevância devido ao alinhamento político entre Elon Musk, proprietário da plataforma, e Alex Jones, fundador do Infowars. A rede social agora se recusa a transferir o controle das contas para os novos donos.

Contexto legal e argumentos

Segundo documentos obtidos pelo site 404 Media, os advogados do X argumentam que transferir as contas prejudicaria a “propriedade legítima” da empresa sobre os perfis, considerados “propriedade licenciada” de usuários. Eles citam os termos de serviço da plataforma, nos quais os usuários concordam, ao se cadastrar, que não são donos dos perfis.

Um precedente citado pela defesa refere-se a uma empresa farmacêutica que, mesmo em processo de falência, não precisou transferir uma conta usada para divulgar novidades da marca.

A venda do Infowars

O Infowars, popular na década passada por espalhar teorias conspiratórias e incitar ódio, foi liquidado após Alex Jones declarar falência. Jones foi condenado a pagar mais de US$ 1,5 bilhão por danos morais em um processo movido por pais de vítimas do tiroteio na escola Sandy Hook, que ele alegou ser uma encenação com “atores contratados”.

Agora, o The Onion, um site satírico conhecido por criticar o conservadorismo, está tentando adquirir o conglomerado de mídia em leilão. Contudo, a resistência do X à transferência das contas do Infowars para novos donos trouxe à tona a controvérsia sobre a gestão e propriedade de perfis na plataforma.

Relação entre Musk e Jones

Desde que comprou o X em 2022, Elon Musk reverteu o banimento de Alex Jones na plataforma e frequentemente interage com ele. A relação próxima entre ambos levanta questionamentos sobre o papel das inclinações políticas de Musk na decisão de bloquear a transferência das contas.

EUA anunciam novos padrões automotivos em busca de redução de gases de efeito estufa

Nos Estados Unidos, a administração Biden anunciou novos padrões automotivos que visam cortar pela metade as emissões de gases de efeito estufa até 2032, mas permitindo que as montadoras atinjam as metas em um ritmo mais lento do que o originalmente proposto.

Os novos padrões são menos rigorosos que a proposta anterior da Agência de Proteção Ambiental (EPA), que previa uma redução de emissões em mais de dois terços até 2032, de acordo com comparativo realizado pelo The Verge. A indústria automotiva e os sindicatos de trabalhadores argumentaram que o crescimento mais lento nas vendas de veículos elétricos (EVs) e a popularidade dos híbridos indicam que os consumidores ainda não estão prontos para a transição completa para veículos totalmente elétricos.

Sob as novas regras, as montadoras terão mais flexibilidade até 2029, mas precisarão acelerar a implementação a partir de 2030 para alcançar os níveis desejados pela EPA. As regras estabelecem padrões baseados na emissão de gramas de gases de efeito estufa por milha percorrida, mas não obrigam as montadoras a venderem exclusivamente EVs. Veículos híbridos também serão considerados para o cumprimento das metas.

Para veículos leves, como carros de passeio e SUVs, a meta é reduzir as emissões para 85 gramas por milha até 2032, contra os atuais 170 gramas por milha em 2027. Já para veículos médios, como caminhões, a redução será de 44%, chegando a 274 gramas por milha em 2032.

Benefícios e críticas

Segundo a EPA, essas medidas podem reduzir 7,2 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono ao longo do programa, além de gerar benefícios de saúde avaliados em US$ 13 bilhões. A Casa Branca defende que os novos padrões representam um equilíbrio entre progresso ambiental e flexibilidade para a indústria, enquanto grupos ambientalistas argumentam que medidas mais agressivas são necessárias, dado que o setor de transporte é responsável por mais de 25% das emissões globais.

O aumento mais lento das vendas de EVs pesou nas decisões. As vendas desses veículos cresceram 47% em 2023, mas desaceleraram no final do ano devido a preços elevados e preocupações com infraestrutura de recarga. Por outro lado, as vendas de híbridos superaram o crescimento dos elétricos.

John Bozzella, presidente da principal associação de lobby da indústria automotiva, elogiou a abordagem mais gradual, afirmando que ela dá tempo para o mercado e as cadeias de suprimento se ajustarem. A administração Biden espera que as novas regras, combinadas com incentivos financeiros do Inflation Reduction Act, estimulem a adoção de EVs no longo prazo.

Contexto político

A disputa sobre padrões de emissões tem sido intensa nos últimos anos. Durante seu mandato, Donald Trump afrouxou as normas estabelecidas por Barack Obama, facilitando a produção de carros mais poluentes. Biden reverteu essas mudanças ao assumir a presidência e estabeleceu a meta de que metade das vendas de carros novos seja livre de emissões até 2030. No entanto, o cronograma da EPA para regulamentações adicionais foi adiado para após as eleições de novembro, o que pode deixar as regras em aberto caso Biden não seja reeleito.

Enquanto isso, Trump tem usado a questão dos veículos elétricos como um ponto de discordância, descrevendo-os como caros e pouco práticos. Apesar disso, a Casa Branca sustenta que os novos padrões manterão opções para os consumidores, equilibrando proteção ambiental, saúde pública e economia.

Segundo Ali Zaidi, conselheiro climático da Casa Branca, os padrões mostram a liderança dos EUA na crise climática, enquanto também impulsionam a competitividade da indústria automobilística americana.

Google enfrenta processo coletivo de £7 Bilhões no Reino Unido por abuso de poder em buscas

O Google terá que enfrentar um processo coletivo de £7 bilhões (cerca de $8,8 bilhões) no Reino Unido, após decisão do Competition Appeal Tribunal (CAT) que permitirá a continuidade do caso. A ação, movida pela defensora dos direitos do consumidor Nikki Stopford em setembro de 2023, acusa a gigante tecnológica de abusar de sua posição dominante no mercado de buscas, impactando consumidores e empresas no país.

A ação alega que as práticas anticompetitivas do Google elevaram os custos de publicidade para empresas, que repassaram esses custos aos consumidores. Entre as práticas questionadas estão:

  • Acordos com fabricantes de Android: supostamente, o Google obrigou fabricantes de dispositivos Android a pré-instalar o Google Search e o Chrome.
  • Parceria com a Apple: o pagamento de bilhões de dólares para que o Google fosse o mecanismo de busca padrão no Safari.

Essas práticas já foram alvo de sanções na União Europeia e nos Estados Unidos, incluindo um recente processo antitruste nos EUA que pode levar à venda do navegador Chrome.

Declarações das Partes

Stopford afirmou que o Google “manipula o mercado de mecanismos de busca para cobrar mais dos anunciantes, o que resulta em preços mais altos para os consumidores”. A ação visa promover uma concorrência mais saudável no mercado digital e responsabilizar a empresa.

Por outro lado, Paul Colpitts, conselheiro sênior do Google no Reino Unido, rebateu as acusações, classificando o caso como “especulativo e oportunista”. Ele destacou que as pessoas utilizam o Google por escolha, não por falta de alternativas.

Processos Paralelos

Além deste caso no Reino Unido, o Google enfrenta uma série de ações legais globais:

Na União Europeia, a empresa perdeu recentemente um recurso contra uma multa de $2,7 bilhões relacionada a práticas anticompetitivas.

Esse processo destaca a crescente pressão regulatória sobre gigantes tecnológicas, com esforços globais para conter práticas consideradas abusivas e estimular a concorrência em mercados digitais. A decisão do CAT de permitir a continuidade do caso no Reino Unido pode abrir precedentes para outras ações similares, reforçando a supervisão sobre o poder das grandes empresas de tecnologia.

EUA intervém sobre o Google para “aumentar a competitividade” no setor de buscas online

O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) propôs medidas drásticas para limitar o domínio da Google sobre o mercado de buscas na internet. Entre as sugestões estão o encerramento de sua parceria com a Apple, a disponibilização de dados proprietários para concorrentes e anunciantes, e a venda do navegador Chrome, que atualmente detém mais da metade do mercado nos EUA. Além disso, o governo quer aprovar qualquer comprador do Chrome e impedir a Google de lançar um novo navegador ou investir em concorrentes de busca e tecnologia de anúncios por um período de cinco a dez anos.

Contexto e Motivações

O caso antitruste contra a Google começou em 2020, sob a administração Trump, e continuou com o governo Biden. As acusações apontam que a empresa utilizou práticas anticompetitivas para manter sua posição dominante no mercado de buscas, suprimindo o acesso dos consumidores a outros provedores. Além disso, o DOJ moveu outra ação acusando a empresa de monopolizar tecnologias de anúncios digitais.

Medidas Propostas

  1. Fim de parcerias e controle de navegadores
    A Google teria que encerrar acordos com empresas como a Apple, que recebe bilhões para manter o Google como buscador padrão no iPhone, e ceder o controle do Chrome a uma entidade neutra.
  2. Compartilhamento de dados
    A empresa precisaria fornecer acesso ao seu índice de buscas e dados coletados sobre os usuários para ajudar concorrentes a competir em igualdade de condições.
  3. Restrição de monopólio
    A Google seria impedida de favorecer seus próprios produtos, como a integração com seu chatbot de IA, Gemini, e serviços como Google Docs.
  4. Incentivos a usuários e concorrentes
    Propostas incluem pagamentos temporários para usuários que escolham buscadores não ligados à Google, além de um maior acesso ao mercado de publicidade para concorrentes.
  5. Ações regulatórias
    O DOJ propôs a criação de um comitê técnico independente para monitorar o cumprimento das obrigações e medidas de longo prazo para fomentar a inovação no mercado de buscas.

Reação da Google e análise do mercado

A Google classificou as medidas como “extremas” e “intervencionistas”, alegando que prejudicariam não apenas suas operações, mas também a privacidade e segurança de seus usuários. Ex-executivos da empresa expressaram ceticismo sobre a eficácia das propostas, destacando que o domínio da Google resulta de sua infraestrutura tecnológica superior, integração de serviços como Maps e anos de confiança dos consumidores.

Concorrentes, como a DuckDuckGo, veem as medidas como um impulso para a inovação e a competição. Especialistas também apontam que mudanças como a maior escolha de buscadores poderiam beneficiar consumidores, mas ressaltam que a Google ainda detém vantagens estruturais difíceis de superar.

As medidas, se aplicadas, podem mudar o mercado de buscas e criar espaço para alternativas inovadoras, como modelos mais interativos de IA semelhantes ao ChatGPT. No entanto, o caso pode se arrastar por anos devido a recursos judiciais, o que significa que o cenário de buscas poderá evoluir naturalmente antes mesmo da implementação de qualquer ordem judicial.

O resultado deste caso, esperado para 2025, determinará não apenas o futuro da Google, mas também o equilíbrio entre inovação e regulamentação no mercado de tecnologia.

Stephen King reaparece no X/Twitter após rumores sobre a suspensão de sua conta

Nos últimos dias, circularam rumores de que Stephen King teria sido banido da plataforma X (antigamente conhecida como Twitter) após fazer uma piada chamando Elon Musk de “primeira-dama de Donald Trump”. A conta do escritor de terror, no entanto, continuou ativa, e nenhuma publicação com esse teor foi encontrada em seu perfil.

Embora King seja conhecido por criticar Musk frequentemente, incluindo sua associação com Trump, o próprio autor esclareceu a situação. Na última quarta-feira, ele usou o X para desmentir os rumores:

“Ouvi dizer que há um boato de que eu chamei o Musk de nova primeira-dama de Trump. Não o fiz, mas apenas porque não pensei nisso”, escreveu King. “Também há um boato de que o Muskie me expulsou do Twitter. No entanto, aqui estou eu.”

Com isso, fica claro que King não foi banido e que ele não pretende moderar suas críticas a Musk tão cedo.

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